Tão falsa quanto o rosto bronzeado do ator Oscar Isaac é a trama folhetinesca de A Promessa. Na boa intenção de levar às telas o genocídio armênio, que vitimou 1,5 milhão de pessoas, o roteiro transforma um doloroso capítulo da história mundial num romance ao estilo Casablanca. Falado em inglês (o que tira ainda mais sua credibilidade), o filme, com fiel recriação de época, mostra a mudança na vida de Mikael Boghosian (Isaac). Em 1915, morador de um vilarejo armênio, ele promete se casar com uma jovem do povoado e, com o dote, vai morar em Constantinopla, capital do Império Otomano (atual Istambul, na Turquia), a fim de tornar-se médico. Lá, instala-se na mansão de um primo de seu pai e encanta-se com uma jovem professora de francês (Charlotte Le Bon), namorada de um jornalista americano (Christian Bale). Formado um triângulo amoroso em meio à perseguição aos armênios durante a I Guerra, doses de açúcar melam uma tragédia ainda mal explorada no cinema. Direção: Terry George (The Promise, EUA/Espanha, 2016, 133min). 14 anos.