Em 1946, os fotógrafos Marcel Gautherot (1910-1996) e Pierre Verger (1902-1996), este também etnólogo, percorreram o Rio São Francisco documentando a vida das populações ribeirinhas. Parte significativa dos cliques de Gautherot teve como alvo carrancas que adornavam os barcos com os quais a dupla cruzava no trajeto. A mostra A Viagem das Carrancas apresenta 42 dessas fotografias, pertencentes ao acervo do Instituto Moreira Salles, além de quarenta esculturas, vindas de coleções públicas e particulares. Entre os destaques está a figura de proa da barca Minas Gerais, a maior embarcação a ter navegado o rio. A mostra inclui ainda trabalhos de Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany (1882-1985), o mais respeitado escultor desse tipo de obra no país — incluindo seis peças “não navegadas”, ou seja, criadas por encomenda de colecionadores, entre os anos 1950 e 1960.