Artista do Desastre
Resenha por Miguel Barbieri Jr
James Franco, um dos atores mais ecléticos de Hollywood, transita com facilidade do drama ao humor e do blockbuster (Planeta dos Macacos) aos filmes independentes. Tem também muito prazer em filmar e, em suas dezenas de empreitadas, erra e acerta na mesma intensidade. Dirigida e estrelada por ele, a comédia Artista do Desastre revela-se uma bola dentro do gol. Entre a homenagem, a paródia e o escracho, Franco traz à tona a figura excêntrica e patética de Tommy Wiseau, um sujeito que virou persona cult porque, em 2003, realizou um longa-metragem muito, muito ruim chamado The Room. A precariedade das atuações, da produção, do roteiro e da direção (tudo com a assinatura de Wiseau) o tornou uma espécie de subcelebridade enigmática. Franco consegue lançar luz sobre seu biografado, um cara tão ambicioso quanto solitário, que firmou uma duradoura e ambígua relação de amor platônico e amizade com o atorzinho Greg Sestero (interpretado por Dave Franco). Se The Room era risível, Artista do Desastre provoca risos legítimos. Direção: James Franco (The Disaster Artist, EUA, 2017, 104min). 14 anos.