Eduardo de Martino
Resenha por Rafael Teixeira
Aluno da Escola Naval de Nápoles, o italiano foi oficial da Marinha de Guerra de seu país entre 1849 e 1855. A admiração pelo mar logo seria incorporada
a outro de seus objetos de apreço: as artes plásticas. Como pintor, Martino (1838-1912) acabou se especializando em marinhas, de veleiros singrando paisagens tranquilas a violentos combates entre navios. Uma parcela enxuta, mas representativa, dessa enorme produção, cultivada ao longo de uma vida inteira, está reunida na individual em cartaz no Museu Nacional de Belas Artes. Mesmo as pequenas dimensões de boa parte dos óleos não escondem a beleza da pincelada do artista, na qual a riqueza de detalhes convive harmoniosamente com um aspecto geral por vezes meio enevoado. Algumas obras do acervo guardam relação com o Brasil, país onde Martino se radicou em 1868. Encarregado oficialmente por dom Pedro II, ele registrou os eventos da Guerra do Paraguai, travada de 1864 a 1870. Entre os episódios do conflito, imortalizados em toda a sua dramaticidade por seus pincéis, está a Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida em 1865, em impactante tela presente na mostra. Além dos óleos, há belos desenhos que revelam certa urgência em sua execução.