Maria Madalena
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Em 2016, o Vaticano reconheceu Maria Madalena como a “apóstola dos apóstolos”, a pedido do papa Francisco. A informação vem antes dos créditos finais de Maria Madalena. No drama bíblico comandado pelo australiano Garth Davis (o mesmo de Lion), o roteiro dá o protagonismo à coadjuvante de uma história cujo astro foi Jesus Cristo (papel de Joaquin Phoenix). Assim, a partir de retalhos de uma vida, narra-se a trajetória de Maria, nascida em Magdala, aldeia de pescadores da Galileia. Ela vai contra a vontade da família ao recusar um casamento e tem hábitos excêntricos. Passa, então, a ser vista como pecadora até encontrar Cristo e seus discípulos. Em seguida, vira uma missionária do grupo. No quesito ousadia, o realizador põe o ator negro Chiwetel Ejiofor para interpretar o apóstolo Pedro e mostra uma Maria em liberdade incondicional, combinando com o discurso feminista de hoje. Mas há problemas incontornáveis: a narrativa lenta (sem nenhum traço épico), a atuação supostamente densa de Rooney Mara (foto) e, sobretudo, a falta de novidades para um enredo milenar. Direção: Garth Davis (Mary Magdalene, Inglaterra/Austrália, 2018, 120min). 12 anos.