https://www.youtube.com/watch?v=0raD8Z_mKWU
Na primeira cena de O Cidadão Ilustre, Daniel Mantovani (Oscar Martínez, na foto com a medalha no peito) faz um discurso ácido direcionado às pessoas que lhe concederam o Prêmio Nobel de Literatura. As palavras são desconcertantes, assim como quase todos os passos do escritor dali em diante. Cinco anos depois, Mantovani, que mora em Barcelona, recusa propostas de palestras e viagens. Só aceita um convite: a prefeitura de sua cidade natal, na Argentina, quer honrá-lo com o título de “cidadão ilustre” e contar com sua presença em encontros literários. O protagonista, então, parte para o vilarejo de Salas. Entre o drama e o humor, o filme tece uma crítica espirituosa ao modo de vida “do interior”, com seus tipos machistas e reuniões sociais patéticas. O roteiro é afiadíssimo, e Oscar Martínez encarna seu personagem à perfeição. Nas palavras duras, nos gestos nobres e nas atitudes inesperadas, o intérprete hipnotiza a plateia com sua verve sagaz. Direção: Gastón Duprat e Mariano Cohn (El Ciudadano Ilustre, Argentina/Espanha, 2016, 118min). 12 anos.