As consequências do avanço (para o bem e para o mal) da tecnologia foram bem exploradas nas três temporadas da série Black Mirror. Extraído do livro homônimo de Dave Eggers, lançado pela Cia. das Letras, O Círculo parece um episódio esticado do seriado. Se falta um desfecho mais arrebatador, o recheio da história é envolvente e desperta discussões calorosas. Emma Watson (foto) interpreta Mae, uma jovem batalhadora à procura de um emprego capaz de garantir o sustento da família — seu pai (Bill Paxton) sofre de esclerose múltipla. Aparece, então, a chance que ela pediu a Deus: ser contratada por uma badalada empresa de tecnologia. A recente vedete da companhia, em que um dos diretores é interpretado por Tom Hanks, é uma microcâmera que pode ser comprada a preço acessível e, assim, servir para vigiar a vida de qualquer um. Não convém ir além num drama misterioso sobre relacionamentos (pessoais e profissionais) da era digital e invasão de privacidade como entretenimento doméstico. O enredo futurista está muito próximo — e pode ser nocivo e perigoso. Direção: James Ponsoldt (The Circle, EUA, 2017, 110min). 12 anos.