Filho de Saul
- Direção: László Nemes
- Duração: 107 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Hungria
- Ano: 2015
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Embora esteja concorrendo, pela Hungria, ao Oscar de melhor filme estrangeiro (e deva ganhar o prêmio), Filho de Saul mereceria competir em mais quatro categorias: as de melhor filme (geral), direção, fotografia e ator (Géza Röhrig). Laureado com o Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes, o longa-metragem faz uma incursão singular e inédita por um campo de concentração na II Guerra. Não, não se trata de um documentário, embora o diretor, László Nemes, queira jogar o espectador em um registro realista do Holocausto. O prisioneiro Saul (papel de Géza Röhrig) tem uma função, no mínimo ingrata, em Auschwitz. A fim de escapar da morte imediata, ele “trabalha” para os nazistas levando judeus para a câmara de gás. Ao retirar os corpos, encontra um menino a quem julga ser seu filho. O objetivo dele, daí em diante, vira uma obstinação: Saul quer encontrar um rabino para recitar o Kadish e enterrar o garoto. Nemes, de 38 anos, obtém um trabalho estupendo em sua estreia no longa: usa uma câmera praticamente colada no protagonista, formato de tela quadrado (para dar sensação claustrofóbica), arrepiantes planos-sequência e sons da agonia e do desespero — tudo para deixar a plateia sem fôlego, incomodada e perplexa. Estreou em 4/2/2016.