Moulin Rouge (2001), Chicago (2002) e La La Land (2016) são musicais deste século que conseguiram modernizar o gênero, muito popular nas décadas de 40 e 50. O Rei do Show embarca nessa seara tentando fisgar o público jovem com trilha sonora pop e canções românticas. A música causa delicioso estranhamento para uma história ambientada em meados do século XIX. Trata-se aqui da trajetória de Phineas Taylor Barnum (1810-1891), lendário empresário do ramo do entretenimento, interpretado com gosto por Hugh Jackman (no centro da foto). Filho de um alfaiate e vivendo na miséria desde a infância, Phineas se casa com uma aristocrata (Michelle Williams) sob a reprovação da família dela. Em Nova York, já com duas filhas, o visionário ambicioso faz empréstimo bancário para comprar um museu, mas amarga um fracasso. Tem, então, uma ideia arriscada: montar um espetáculo com “aberrações”, como, naquela época, eram chamados anões, siameses, albinos… Explorando o exotismo de seus artistas, P.T. Barnum começa a ganhar muito dinheiro. É provável que haja licenças no roteiro, afinal estamos no terreno da magia do cinema e, sobretudo, do musical, gênero em que, em várias cenas, os personagens não falam — eles cantam. Além das qualidades visuais, o filme traz dois temas atuais na intenção de frear o racismo e a intolerância: O Rei do Show dá visibilidade aos “excluídos” e aborda um amor inter-racial entre os personagens de Zac Efron (sócio de Barnum) e Zendaya (a trapezista). Direção: Michael Gracey (The Greatest Showman, EUA, 2017, 105min). 12 anos.