Antes de tudo, a comédia traz uma merecida homenagem em vida ao comediante Renato Aragão. Afastado das telas desde O Guerreiro Didi e a Ninja Lili, de 2008, o astro, de 82 anos, volta às telas comovido e ainda com gás para divertir as plateias, com seu humor simplório e ingênuo, é claro. Ao contrário dos 49 filmes anteriores, o novo trabalho vem embalado em uma produção luxuosa com destaque para a bela direção de arte do craque Cláudio Amaral Peixoto (O Palhaço). O longa-metragem tem como referência Os Saltimbancos Trapalhões, fita de 1981, e, sobretudo, a peça homômima, levada aos palcos por Claudio Botelho e Charles Möeller, em 2014. Para dar ritmo a uma comédia musical que, tomara, encontre seu público, despontam as memoráveis canções de Chico Buarque, como Piruetas e História de uma Gata. Na trama, Didi (Aragão) trabalha num circo que tem os dias praticamente contados por causa de uma crise financeira. Para reerguer a casa, o trapalhão decide por a mão na massa e escrever um espetáculo. A filha do dono (interpretada por Letícia Colin) e o namoradinho dela (papel de Emílio Dantas) vão estrelar a montagem, ao lado de dançarinos e cantores de fina estampa. Outros atores talentosos participam da história, como Alinne Moraes e Marcos Frota, vivendo o casal de vilões, e Maria Clara Gueiros e Marcos Veras, contracenando em uma das cenas mais divertidas. E, sim, Dedé Santana também está de volta. Direção: João Daniel Tikhomiroff (Brasil, 2017, 99min). Livre.