Perdido em Marte
- Direção: Ridley Scott
- Duração: 141 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: EUA
- Ano: 2015
Resenha por Fernando Masini
Se for para encarar Perdido em Marte como uma ficção científica brincalhona, assumindo que o protagonista tem um pé do MacGyver e o outro de Robinson Crusoe e está ali para divertir a plateia, temos uma aventura espacial prazerosa. Mas será que estar sozinho num planeta distante da Terra é tão fácil assim? Preocupado em suavizar a narrativa, o diretor Ridley Scott (de Blade Runner e Alien) não mergulha na agonia de Mark Watney (interpretado por Matt Damon), um astronauta abandonado em Marte durante uma missão liderada por Melissa Lewis (Jessica Chastain). Após uma tempestade de areia e um acidente, ele é dado como morto pelos colegas da Nasa, que retornam à Terra. Como sobreviver num lugar sem as condições básicas? Tão solitário quanto Tom Hanks em Náufrago, Watney tem ideias mirabolantes como usar as próprias fezes para fazer adubo e, dessa maneira, cultivar batatas e aproveitar um crucifixo para criar fogo. Tudo num clima alto-astral, como se o exílio forçado não o afetasse psicologicamente. A tensão só aparece (ao espectador e ao protagonista) quando, num balé espacial espetacular, a tripulação volta para tentar resgatá-lo. As piadas em excesso (algumas fora de hora) e o jeito engraçadinho dos personagens, com tiradas espertas em situações-limite, esvaziam o drama inerente ao herói esquecido. Isso não tira o mérito da fita, que oferece à plateia imagens deslumbrantes em 3D. Detalhe: o fato de Perdido em Marte ser lançado na semana em que a Nasa anunciou a descoberta de água no planeta vermelho, coincidência ou não, serve como uma propulsão e tanto. Estreou em 1º/10/2015.