Quando o cinema brasileiro acerta a veia da indignação popular, o efeito pode ser eletrizante — vide Tropa de Elite. Não é o caso de Polícia Federal — A Lei É para Todos, que extrai da Operação Lava-Jato um thriller esquemático e de baixo impacto. A ação anticorrupção é reconstituída num passo a passo burocrático, tímido na revelação de detalhes saborosos de bastidores. Culpa, em parte, do recorte já datado do roteiro: fatos ocorridos depois da condução coercitiva do ex-presidente Lula (papel de Ary Fontoura), em março de 2016, ficaram para a continuação. A ideia de compor tipos ficcionais para representar delegados e procuradores também sai pela culatra. De heroísmo inabalável, a força-tarefa liderada por Ivan (Antonio Calloni, à direita na foto) carece de emoção e profundidade psicológica. No clima geral de elogio à atuação policial, faltou provocação. Direção: Marcelo Antunez (Brasil, 2017, 107min). 12 anos.