Real — O Plano por Trás da História
O Brasil não tem tradição no cinema político e, por isso, Real — O Plano por Trás da História já larga numa posição inferior nas bilheterias. Fica claro, desde o letreiro de abertura, que se trata de uma ficção baseada em acontecimentos reais. Com início em 1993, o roteiro, extraído do livro 3 000 Dias no Bunker, de Guilherme Fiuza, mostra como o governo do presidente Itamar Franco (Bemvindo Sequeira) salvou o país de uma hiperinflação. Escolhidos por Fernando Henrique Cardoso (Norival Rizzo), então ministro da Fazenda, os idealizadores do Plano Real, liderados por Pedro Malan (Tato Gabus Mendes), precisaram se impor para ganhar a confiança da população. Protagonista e o único personagem com nuances e contradições, o economista Gustavo Franco (bem defendido por Emílio Orciollo Netto) é visto como um sujeito persistente, ambicioso, inteligente e arrivista. As explicações são didáticas, mas, por vezes, esbarram em tedioso economês. As caricaturas (sobretudo de um histérico Itamar e de um deputado petista ficcional, interpretado por Juliano Cazarré) prejudicam o desenvolvimento de uma história que, embora tenha valor inestimável, renderia melhor em formato de documentário. Direção: Rodrigo Bittencourt (Brasil, 2016, 95min). 12 anos.