Ao mesmo tempo em que chega a embrulhar o estômago, Safári é um documentário obrigatório. O diretor austríaco Ulrich Seidl vai até o Leopard Lodge, na Namíbia, para colher depoimentos de caçadores. Lá, turistas abatem de gnus a zebras como hobby. O realizador não toma partido — nem precisa. As entrevistas e as imagens são suficientes para explicitar a estupidez humana. As justificativas são risíveis. Há, por exemplo, uma declaração de que os bichos são mortos como forma de preservação da espécie. O dono do resort também solta uma “pérola” da ignorância ao dizer que permite o abate porque há uma superpopulação no mundo. Prepare-se para o choque! Além da agonia e morte, os animais são, primeiro, exibidos como troféu em fotos de celular e, em seguida, destrinchados pelos nativos. Paupérrimos, os africanos ganham partes da carne como “recompensa”, devoradas em sequências atrozes. Direção: Ulrich Seidl (Safari, Áustria, 2016, 91min). 12 anos.