Talvez uma História de Amor tem um ponto de partida instigante e escapa com talento das comédias românticas feitas em escala industrial. O diretor Rodrigo Bernardo, ao adaptar o livro homônimo do escritor francês Martin Page, fez algumas mudanças. Paris virou São Paulo, onde trabalha Virgílio (Mateus Solano, na foto), um metódico publicitário que leva a vida nos trilhos. Tudo muda após ouvir um recado na secretária eletrônica — a voz de uma mulher chamada Clara põe um ponto final no romance deles. O problema vem a seguir: Virgílio não tem a mínima ideia de quem seja Clara. Os amigos do casal, porém, até já sabem da separação. Sem declarar sua amnésia, o protagonista encara uma investigação para saber o paradeiro da ex. Embora a (boa) ideia seja muito esticada, o realizador mostra brilho na escolha das locações, em São Paulo e em Nova York. Há ainda um personagem que passa por uma oportuna transformação psicológica e participações de talentos como Gero Camilo, Bianca Comparato, Dani Calabresa e a americana Cynthia Nixon (a Miranda de Sex and the City). Direção: Rodrigo Bernardo (Brasil, 2017, 101min), 10 anos.