Thor (Chris Hemsworth) descobre que Loki (Tom Hiddleston) está vivo. Em Asgard, Odin (Anthony Hopkins) desaparece. E, para piorar, Hela (Cate Blanchett), a deusa da morte, quer destruir o reino e começa por estraçalhar o martelo do deus do trovão. Como se nota, Thor — Ragnarok é para iniciados — afinal, trata-se de uma sequência. Mas, ao contrário dos dois filmes anteriores, Thor (2011) e Thor — O Mundo Sombrio (2013), para embarcar em sua trama espirituosa não são necessárias informações prévias. Na melhor das três fitas da cinessérie com o herói da Marvel, o diretor neozelandês Taika Waititi (vindo do cinema independente, com O que Fazemos nas Sombras, por exemplo) imprimiu agilidade à trama e muito, muito humor. E é esse o grande trunfo da atração. Pop, pop, pop, Waititi bota Immigrant Song, do Led Zeppelin, para tocar na luta de Thor contra Hulk numa vibrante (e divertida) sequência. Piadas e referências salpicam uma história cujo visual remete aos anos 70. O realizador assumiu de vez o lado camp, um flerte entre o brega e o kitsch, na cenografia, nos figurinos coloridíssimos e também na canastrice exagerada da vilã de Cate Blanchett. Deu ainda uma repaginada no protagonista. Saíram as longas madeixas démodées e entrou um corte de cabelo curto e repicado. E Chris Hemsworth pegou o espírito da coisa. Com físico invejável, espalha graça com a mesma energia com que distribui sopapos. Direção: Taika Waititi (EUA, 2017, 130min). 12 anos.