https://www.youtube.com/watch?v=c0pjoPseOWc
Longas-metragens que agradem a toda a família são artigos raros na recente filmografia brasileira. Por isso, Um Tio Quase Perfeito surge como uma luz no fim do túnel. Embora sua fórmula seja decalcada das tramas americanas, há elementos nacionais (como as picaretagens do protagonista) para provocar empatia na plateia. Surpreende no roteiro a suavidade com que a história passa da comédia politicamente incorreta ao comovente drama familiar. Outra boa surpresa está no ator principal. Marcado como o personagem gay Ferdinando, do seriado Vai que Cola, Marcus Majella (foto) dá provas de ir além das caras, bocas e purpurinas e se dá bem no papel do tio trambiqueiro que passa por uma redenção (ou quase isso). No enredo, Tony (Majella) e sua mãe (a versátil Ana Lucia Torre) são despejados do apartamento e, sem abrigo, decidem procurar pela irmã dele, Ângela (Letícia Isnard). Picaretas profissionais, mãe e filho conseguem despachar a faxineira da casa e, assim, garantir um lugar para tomar conta dos três sobrinhos enquanto Ângela viaja a trabalho. Tony não dá a mínima para as crianças, cujo pai é um político ausente. Mas a adolescente Patricia (Jullia Svacinna), a pequena Valentina (Sofia Barros) e o garoto João (João Barreto) vão acabar conquistando, na marra, a atenção do tio. Eis um programa leve para adultos e crianças que, nem ofensivo nem grosseiro, cativa pela falta de pretensão. Direção: Pedro Antonio (Brasil, 2017, 96min). Livre.