Em Pleno Verão (1970)
Com produção de Nelson Motta (com quem Elis viria a namorar) e direção e arranjos do maestro Erlon Chaves, o álbum atualiza a música de Elis, que já ameaçava soar datada. O disco tem faixas que se tornariam clássicos do repertório da cantora: Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaqua), de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, e Bicho do Mato, de Jorge Ben. Ela deixa de lado a implicância com a Jovem Guarda (ela havia participado da passeata contra a guitarra elétrica na música brasileira, três anos antes) para gravar As Curvas da Estrada de Santos, de Roberto e Erasmo, que também se tornaria um destaque da sua obra. Ela também canta uma faixa de Caetano Veloso (Fechado para balanço) e outra de Gil (Não tenha medo), que estavam exilados. O soul, que começava a ganhar força no país, está presente em These Are the Songs, em dueto com o autor, Tim Maia.
Elis (1972)
A artista havia se separado do jornalista e compositor Ronaldo Bôscoli e engatado um romance com o pianista César Camargo Mariano, com quem ficaria até 1981 e teria dos filhos (os cantores Pedro Mariano e Maria Rita). A partir deste álbum, ele se torna o arranjador dos trabalhos da cantora, dando uma sonoridade mais jazzística a seus trabalhos. Com produção de Roberto Menescal, ela passeia pelo blues (20 Anos Blues, de Suely Costa e Vitor Martins), samba (Bala com Bala, de João Bosco e Aldir Blanc), rock rural (Casa no Campo, de Zé Rodrix e Tavito Moura) e bossa nova (Águas de Março, que ela regravaria com o próprio autor, Tom Jobim).
Elis & Tom (1974)
A chance gravar um disco com Tom Jobim foi um presente da gravadora Philips para Elis Regina pelos dez anos de contrato. A cantora foi até Los Angeles, onde ele vivia, para realizarem o álbum juntos. O processo, no entanto, foi tumultuado: Tom implicava com os instrumentos elétricos de Mariano (teclado e guitarra), e a cantora e o maestro começaram a se desentender. Mas a tensão se desfez quando o marido da cantora fez o arranjo para Corcovado (de Tom Jobim), primeira faixa a ficar pronta. Com repertório com clássicos da bossa nova, o trabalho ajudou a apresentar o gênero a novas gerações, já que o auge do estilo tinha estourado há mais de uma década. O dueto de Elis e Tom em Águas de Março se tornaria a versão definitiva da canção. É um dos discos de música brasileira mais vendidos até hoje.
Falso Brilhante (1976)
O álbum surgiu de um espetáculo idealizado pela cantora que, em ambiente circense, narrava a vida de uma artista, do surgimento a seu triste fim, fazendo um paralelo com a trajetória da própria Elis. Foram quase dois anos em cartaz e, nos intervalos, ela gravou o discos. Entre os destaques, Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida (que lançaram Belchior), Fascinação (versão de Armando Louzada para canção de Fermo Dante Marchetti e Maurice de Féraudy) e Tatuagem (de Chico Buarque e Ruy Guerra). É o disco mais vendido da carreira da cantora.
Saudade do Brasil (1980)
Esse álbum duplo traz as músicas do espetáculo de mesmo nome, considerado um dos pontos altos de sua carreira. O país tinha declarado a Anistia em 1979 e Elis tinha gravado O Bêbado e a Equilibrista (de Aldir Blanc e João Bosco). O clima era de esperança, mas a cantora sentia que era preciso tomar de volta símbolos nacionais que ela sentia que haviam sido sequestrados pela ditadura — daí o título do trabalho. Clássicos de seu repertório, como Maria Maria (de Milton Nascimento e Fernando Brant), Alô, Alô Marciano (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Redescobrir (Gonzaguinha), Arrastão (Vinicius de Moraes e Edu Lobo) e Lapinha (Vinicius de Moraes Baden Powell e Paulo César Pinheiro) estão no trabalho.
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