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5 discos de Elis Regina para ouvir nos 40 anos da morte da cantora

Considerada uma das maiores cantoras da nossa música, artista partiu no dia 19 de janeiro de 1982, com apenas 36 anos

Por Kamille Viola
Atualizado em 19 jan 2022, 23h20 - Publicado em 19 jan 2022, 17h52
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  • Em Pleno Verão (1970)

    Com produção de Nelson Motta (com quem Elis viria a namorar) e direção e arranjos do maestro Erlon Chaves, o álbum atualiza a música de Elis, que já ameaçava soar datada. O disco tem faixas que se tornariam clássicos do repertório da cantora: Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaqua),  de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, e Bicho do Mato, de Jorge Ben. Ela deixa de lado a implicância com a Jovem Guarda (ela havia participado da passeata contra a guitarra elétrica na música brasileira, três anos antes) para gravar As Curvas da Estrada de Santos, de Roberto e Erasmo, que também se tornaria um destaque da sua obra. Ela também canta uma faixa de Caetano Veloso (Fechado para balanço) e outra de Gil (Não tenha medo), que estavam exilados. O soul, que começava a ganhar força no país, está presente em These Are the Songs, em dueto com o autor, Tim Maia.

    Elis (1972)

    A artista havia se separado do jornalista e compositor Ronaldo Bôscoli e engatado um romance com o pianista César Camargo Mariano, com quem ficaria até 1981 e teria dos filhos (os cantores Pedro Mariano e Maria Rita). A partir deste álbum, ele se torna o arranjador dos trabalhos da cantora, dando uma sonoridade mais jazzística a seus trabalhos. Com produção de Roberto Menescal, ela passeia pelo blues (20 Anos Blues, de Suely Costa e Vitor Martins), samba (Bala com Bala, de João Bosco e Aldir Blanc), rock rural (Casa no Campo, de Zé Rodrix e Tavito Moura)  e bossa nova (Águas de Março, que ela regravaria com o próprio autor, Tom Jobim).

    Elis & Tom (1974)

    A chance gravar um disco com Tom Jobim foi um presente da gravadora Philips para Elis Regina pelos dez anos de contrato. A cantora foi até Los Angeles, onde ele vivia, para realizarem o álbum juntos. O processo, no entanto, foi tumultuado: Tom implicava com os instrumentos elétricos de Mariano (teclado e guitarra), e a cantora e o maestro começaram a se desentender. Mas a tensão se desfez quando o marido da cantora fez o arranjo para Corcovado (de Tom Jobim), primeira faixa a ficar pronta. Com repertório com clássicos da bossa nova, o trabalho ajudou a apresentar o gênero a novas gerações, já que o auge do estilo tinha estourado há mais de uma década. O dueto de Elis e Tom em Águas de Março se tornaria a versão definitiva da canção.  É um dos discos de música brasileira mais vendidos até hoje.

    Falso Brilhante (1976)

    O álbum surgiu de um espetáculo idealizado pela cantora que, em ambiente circense, narrava a vida de uma artista, do surgimento a seu triste fim, fazendo um paralelo com a trajetória da própria Elis. Foram quase dois anos em cartaz e, nos intervalos, ela gravou o discos. Entre os destaques, Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida (que lançaram Belchior), Fascinação (versão de Armando Louzada para canção de Fermo Dante Marchetti e Maurice de Féraudy) e Tatuagem (de Chico Buarque e Ruy Guerra). É o disco mais vendido da carreira da cantora.

    Saudade do Brasil (1980)

    Esse álbum duplo traz as músicas do espetáculo de mesmo nome, considerado um dos pontos altos de sua carreira. O país tinha declarado a Anistia em 1979 e Elis tinha gravado O Bêbado e a Equilibrista (de Aldir Blanc e João Bosco). O clima era de esperança, mas a cantora sentia que era preciso tomar de volta símbolos nacionais que ela sentia que haviam sido sequestrados pela ditadura — daí o título do trabalho. Clássicos de seu repertório, como Maria Maria (de Milton Nascimento e Fernando Brant), Alô, Alô Marciano (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Redescobrir (Gonzaguinha), Arrastão (Vinicius de Moraes e Edu Lobo) e Lapinha (Vinicius de Moraes Baden Powell e Paulo César Pinheiro) estão no trabalho.

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