Nascido em Moçambique, o cineasta, compositor e escritor Ruy Guerra adotou o Brasil – e o Rio de Janeiro – como pátria em 1958 e soube traduzir a rica cultura do país, e as incongruências, em suas produções.
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Guerra completou 90 anos neste domingo (22) e parte de seu acervo pessoal acaba de ser comprado pelo Instituto Moreira Salles.
O conjunto é composto por cerca de 600 correspondências, 1 200 fotografias, 400 originais de produção literária, incluindo roteiros, letras de canções, contos, poemas e anotações, entre outros itens.
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Entre os destaques, estão cartas trocadas entre Guerra e importantes nomes da cultura, como Augusto Boal, Cacá Diegues, Glauber Rocha, Paulo José e o escritor peruano Mario Vargas Llosa.
Nas fotografias, há registros da infância e juventude do artista, além de imagens com a família e amigos, como Gabriel García Márquez. O conjunto também traz também fotos feitas durante todos os filmes do cineasta.
No material, há ainda poemas originais, manuscritos e datiloscritos, publicados em colunas do Jornal do Brasil e O Estado de S. Paulo.
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Nas décadas de 1960 e 1970, Ruy Guerra foi parceiro letrista de compositores do quilate de Edu Lobo, Francis Hime, Milton Nascimento e Chico Buarque.
Em parceria com Chico, escreveu e produziu o musical Calabar: o Elogio da Traição, censurado integralmente pela ditadura militar em 1973. Como cineasta, dirigiu clássicos como Os Cafajestes (1962) e Os Fuzis (1964) – ícones do Cinema Novo – além de Ópera do Malando (1986) e Kuarup (1989).
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Os itens serão incorporado ao acervo de literatura do IMS. “É nossa política privilegiar acervos que conversem com os que já temos sob nossa guarda. Ruy Guerra foi contemporâneo de Boal, Ana Cristina Cesar, Décio de Almeida Prado e de tantos outros importantes titulares de acervos que abrigamos”, diz Rachel Valença, coordenadora do setor.