A boa notícia para quem vem acompanhando o quadro do compositor Aldir Blanc é que ele conseguiu ser transferido para um leito de UTI. Internado desde sexta-feira na sala vermelha do Hospital Miguel Couto com um quadro de infecção urinária e pneumonia bacteriana, seu quadro se agravou e ele teve que ser entubado.
Aldir não tem plano de saúde e, na incerteza de um quarto disponível no próprio Miguel Couto, a família pensou em transferi-lo para uma clínica particular, chegando a compartilhar a conta bancária para doações. Não foi necessário: a vaga na UTI foi conquistada no fim da noite. A notícia mais preocupante é que seus últimos exames indicaram suspeita de Covid-19. Seu quadro clínico é considerado grave.
Covid-19: Witzel estende quarentena no estado até 30 de abril
Aldir, 73 anos de amor amplo, geral e irrestrito ao Vasco da Gama, vive recluso em sua casa na Muda, mas diz não aceitar patrulhamento. “Saio de casa sempre que tenho vontade, o que é raro. Defeco solemente para a tão falada visibilidade“, contou ele à repórter Marluci Martins, em 2018. Excelente cronista e autor de cerca de 500 canções, entre elas, clássicos como “Resposta ao tempo” (com Cristóvão Bastos) e “O bêbado e a equilibrista” (com João Bosco), que tornou-se um hino informal da Anistia, na voz de Elis Regina.
Sua obra foi gravada em samba, choro, valsa, baião, bolero, fox e frevo por artistas Clara Nunes, Chico Buarque, Elizeth Cardoso, Djavan, Ivan Lins, Paulinho da Viola, Edu Lobo e Nana Caymmi, entre outros. Para o historiador e professor Luiz Antonio Simas, que usou suas redes para pedir ajuda na transferência do compositor para a UTI, “Aldir é patrimônio da cidade e do Brasil”.
+ Para receber a Veja Rio em casa, é só clicar aqui.