O penúltimo sábado de outubro (24) será o dia em que – cada uma no seu canto – as amigas Débora Falabella, Andreia Horta, Mariana Ximenes e Bianca Comparato entram para o mundo das peças transmitidas remotamente e estreiam o espetáculo Cara Palavra. Espécie de sarau on-line que nasceu no Instagram, o encontro traz uma curadoria de textos variados, com foco em poetas, além de letras de música, discursos políticos e tudo mais que as quatro acharem interessante. Na reunião virtual, Andreia é a única do elenco que fará a transmissão do Rio – ela estará em casa, onde guarda com carinho na estante livros de Dostoiévski (“Meu preferido”), Elena Ferrante e de poetas brasileiras contemporâneas. Ela conversou com VEJA RIO.
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Como é a experiência de fazer teatro na pandemia? Como têm sido os ensaios? Ensaiamos de 4 a 5 horas por dia, toda a equipe reunida on-line. Cada um em um lugar. Cidades e países diferentes, porque a Bianca está fora do Brasil. É tudo novo para todo mundo, e está sendo uma aula de tecnologia, de criar e contracenar à distância. Saímos mentalmente cansados por passarmos horas olhando para uma tela.
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Poetas contemporâneas vão participar das apresentações. Que nomes serão chamados? A cada apresentação receberemos uma poeta convidada. São só mulheres – teremos conosco de Adelaide Ivánovna a Conceição Evaristo. O Brasil é casa de muitas poetas incríveis, foi muito difícil escolher apenas nove.
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No perfil do projeto Cara Palavra, no Instagram, há interpretações para textos de Hannah Arendt, Albert Camus, Clarice Lispector. Como é feita a curadoria? Desde o início a seleção passa por temas que mexem conosco naquele momento e que nos convidam à criação. A partir daí, íamos ao encontro do texto. Fizemos vídeos com discurso político, literatura, música, bula de remédio…
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O que você anda lendo? Terminei recentemente um livro de Sheila Heti que se chama Maternidade. Agora estou lendo Berta Isla, de um autor espanhol que adoro, Javier Marías. Também tenho lido muitas poetas brasileiras contemporâneas.
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Os livros de Elena Ferrante são um fenômeno no Brasil e no mundo – só a tetralogia napolitana teve mais de 12 milhões de exemplares vendidos. Você também faz parte da legião de apaixonados pela sua obra? Adoro a literatura da Ferrante. Há dois meses li Dias de Abandono e não foi o primeiro livro dela que li e amei. A maneira como ela escreve me captura completamente. As mulheres são escavadas até o fundo através das palavras. Acho uma escrita corajosa e vibrante.