Anita Schwartz: projeto “dá um gás” aos novos talentos das artes
Movimento encabeçado pela galerista oferece oportunidade para talentos emergentes impulsionarem carreira
Prestes a realizar uma intervenção urbana no Parque do Flamengo, Zé Tepedino foi um dos vencedores da primeira chamada pública realizada pela galerista Anita Schwartz. Como resultado, o jovem artista plástico, junto a mais 38 colegas, participou em 2022 da coletiva Saravá, mostra com instalações, esculturas, pinturas e desenhos produzidos por esse grupo promissor do mercado das artes, que ali ganhou uma bela vitrine para promover seus trabalhos.
“Se as galerias não tomarem essa frente, como novos nomes terão a oportunidade de aparecer?”, indaga Anita, que acaba de celebrar 25 anos do espaço com seu nome, hoje com endereço na Gávea. A seleção dos trabalhos é feita a partir do Projeto Gás, que chega agora à segunda edição com recorde de inscrições recebidas: foram 770 candidaturas, não só do Brasil, como também do exterior.
A ideia, mais uma vez, é trazer talentos emergentes para uma grande exposição, que acontecerá no próximo verão. “É uma estação muito propícia para essas ações porque a cidade fica efervescente, cheia de vida”, explica a pernambucana radicada no Rio desde 1974.
“Existem muitos talentos por aí. Temos de criar oportunidades para que eles sejam encontrados”
Além da equipe da galeria e da própria Anita, participa da curadoria um convidado externo, um nome de peso do mercado, não divulgado a fim de evitar qualquer tipo de lobby entre os concorrentes. “Existem muitos talentos por aí. Temos de criar oportunidades para que eles sejam encontrados”, diz. Os resultados alcançados após a primeira edição da exposição, que ficou em cartaz por dois meses na galeria da Gávea, atestam que a iniciativa, de fato, está ajudando a expandir a carreira de muitos jovens em ascensão.
Liana Nigri, selecionada pelo projeto, logo ganhou sua primeira individual. Também participaram Andrea Hygino, que levou o prêmio Foco da ArtRio em 2022, e Michelle Rosset, atualmente com quatro esculturas de aço exibidas na mostra Pequeno Ato. “Precisamos dar uma oxigenada nas programações para não ficarem tão repetitivas, ainda mais quando tem tanta gente boa produzindo coisas muito legais por aí”, frisa Anita, responsável pelo movimento que está dando um gás a mais aos novos talentos das artes.