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Anitta: ‘Isis Valverde é a mulher mais gata do país’

Mais influente personalidade feminina nacional no Instagram (47 milhões de seguidores), cantora fala com exclusividade sobre política, vaidade e trabalho

Por Cléo Guimarães
Atualizado em 5 jun 2020, 18h02 - Publicado em 5 jun 2020, 06h34
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  • Aos 27 anos, Anitta já bateu várias marcas, dentro e fora do Brasil: em 2019 foi a brasileira mais ouvida no exterior no YouTube e no Spotify, e é a mais influente personalidade feminina nacional no Instagram, com mais de 47 milhões de seguidores – número que vem crescendo.

    Somadas as redes sociais, atinge 85 milhões de pessoas – uma Alemanha inteira. Criada no subúrbio carioca de Honório Gurgel e nascida Larissa de Machado Macedo, ela já foi alvo de críticas por manter neutralidade suíça em assuntos palpitantes da cena política e por não agitar nenhum tipo de bandeira.

    Mas, afinada com o público, resolveu aprender coisas sobre política com  a advogada e comentarista da CNN Gabriela Prioli, de quem é amiga, e passou a debater com deputados em transmissões ao vivo em seus canais. Em um desses embates, acabou fazendo com que o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) recuasse em uma medida que feria a classe artística, por tosar o pagamento de direitos autorais a compositores.

    Na calmaria da quarentena, encarou nova polêmica, dessa vez envolvendo o jornalista Leo Dias, a quem acusa de tê-la ameaçado e chantageado por causa de áudios e prints de mensagens sobre outros famosos. Nos Stories, disparou: “Achei que ele poderia acabar com a minha carreira se eu não fosse sua fonte e passasse informações”, e sobre isso não mais quis se pronunciar.

    No momento confinada com o namorado em sua casa, na Barra, ela concedeu a seguinte entrevista a VEJA RIO, por telefone.

    Por que decidiu se posicionar politicamente?

    Eu não sabia que era necessário tomar partido, ter uma posição. E as pessoas me cobravam muito, inclusive os fãs. Era uma pressão enorme, e isso me fez entender que era importante. Mas eu só falo sobre o que eu sei, por isso comecei a aprender com a Gabriela (Prioli, advogada e comentarista da CNN), que é minha amiga.

    Não temeu perder patrocínios ou contratos por desagradar a certas marcas?

    De jeito nenhum. Só tenho parcerias com marcas que me conhecem, e eu mesma negocio com elas. Não podia mais ficar em cima do muro. Seria incoerente que a personalidade Anitta não tivesse uma posição.

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    Você assumiu em uma live que estava aprendendo a diferença entre esquerda e direita. Simpatiza mais com qual campo ideológico?

    Não quero ser nem um nem outro. Prefiro ficar ali no meio, achar lados positivos nos dois espectros, porque não acredito em uma coisa totalmente boa ou totalmente ruim. A conclusão a que cheguei é que tem uma outra linha para eu seguir, que não é nem a da direita nem a da esquerda.

    Seria a do centro?

    Tem essa definição também, mas a Gabi não me explicou. Ainda não cheguei a essa aula, então não sei dizer.

    Pretende continuar a se posicionar no palco, quando a quarentena acabar?

    Não, pelo amor de Deus. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A política é para pensar em temas sérios, é outra vibe. Ao show vai uma galera que quer se divertir, é entretenimento puro.

    Se fizesse parte do Poder Legislativo, mexeria em vespeiros como a legalização do aborto ou a descriminalização da maconha?

    Em primeiro lugar, eu faria mudanças ligadas à educação, que é muito falha no país. O político não investe nisso porque o resultado só vem a longo prazo. Quanto ao aborto e à maconha, eu defendo a liberdade de cada um fazer o que quiser, desde que se preserve a segurança. Mas, de acordo com as minhas crenças, não são coisas que eu faria na minha vida.

    Como avalia o governo do presidente Jair Bolsonaro?

    Ainda não entendo tanto assim de política, mas não percebo coerência ali. Ele é instável, faz muitas trocas na equipe, e a gente acaba ficando meio perdido, sem saber o que vai acontecer. Acabo me perdendo em relação às decisões dele.

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    Acha que já chegou ao auge da carreira?

    Sempre quero crescer mais, mas, se Deus estiver me escutando, ele vai dizer: “Você não se satisfaz, não?”. Acho injusto ficar querendo mais. Já ganhei muita coisa na minha vida, estou satisfeita com o que tenho.

    É verdade que pretende se aposentar em breve?

    Como cantora, sim. Lá pelos 30 anos. É uma vida muito cansativa, tenho de estar sempre disponível. Então eu penso em continuar trabalhando nessa área, só que como empresária. É um lado que já existe na minha vida e eu também sei fazer muito bem.

    Já fez terapia?

    Nunca, acho que não preciso. Sou segura. Agora, não gosto de perder na vida. Eu me cobro muito e sou de carne e osso como todo mundo, por isso não tenho medo de seres humanos. Só tenho medo de monstro, de espírito, dessas coisas.

    No clipe de Vai Malandra, você aparece de short curto com as celulites à mostra, sem parecer se importar com as imperfeições. Tinha alguma mensagem embutida ali?

    Olha, o motivo verdadeiro foi orçamento. Seria muito caro ficar apagando cada celulite no vídeo. Não achei que valeria a pena gastar um dinheirão para esconder algo que vão acabar vendo, porque eu tenho mesmo. Minha equipe chegou a dizer: “Pensa bem, todo mundo vai comentar”. Eu falei: “Agora que eu quero mesmo, deixa falarem, todo mundo tem celulite”. Quer dizer, tem mulher que não tem. Mas aí é aquela coisa: sorte a dela.

    Você não tem problemas em falar sobre sua bissexualidade, mas nunca apareceu publicamente com uma namorada. Por quê?

    Sobre algumas pessoas eu já falei, já apareci junto, mas não teve repercussão. Tive algumas “ficâncias” com mulheres, que não viraram nada sério. Como a minha vida amorosa é super conturbada, sai gente, entra gente, estou sempre nessa indecisão, as pessoas não se ligam em nome nenhum. Mas, se algum dia rolar um negócio sério com uma mulher, eu vou assumir, sim.

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    Quais são os seus sex symbols?

    No momento, o homem mais sexy do Brasil é o meu namorado (o influenciador digital Gui Araujo). De mulher, a Isis Valverde é a mais gata, mais sexy, mais tudo deste país. Ela é demais. Incrivelmente maravilhosa.

    O plano de lançar neste ano um disco só com canções em inglês está de pé?

    Sim, já está tudo pronto e encaminhado, mas não tem previsão de lançamento por causa da quarentena. Atrasou tudo.

    Além da Gabriela Prioli, quem mais faz sua cabeça?

    A Luisa Mell, que tem os mesmos pensamentos que eu na questão do meio ambiente. Quem também me ajuda bastante politicamente é a Paula Lavigne. Ela e o Caetano Veloso me ensinam muito. São pessoas que me fizeram aprender e evoluir.

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