Criado no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, o influenciador e ator Raphael Vicente fez um desabafo nas redes sociais nesta quarta (18) sobre as operações realizadas na comunidade. Ele relata que sua casa foi invadida por policiais militares e revistada de forma truculenta.
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“Acordei hoje de manhã com mensagem da minha irmã que dizia o seguinte: ‘Bateram fortão aqui na porta. Entraram e revistaram tudo. Perguntaram quem morava aqui. Só foram embora porque mostrei seu Instagram”, contou o influenciador, em vídeo.
Quando sua família foi abordada pelos policiais, Raphael estava em São Paulo gravando um filme. O influenciador, que possui 1 milhão de seguidores no Instagram e 3 milhões no TikTok, é famoso na internet por fazer vídeos de humor com sua família e coreografias de dança.
Há seis dias a Polícia Militar tem realizado operações na comunidade, dificultando a circulação de pessoas e impedindo a abertura de escolas e do comércio local. O influenciador reforça que moradores têm arriscado suas vidas para trabalhar e estudantes têm sido prejudicados, como amigos que perderam aulas e provas na universidade.
“São 6 dias, em menos de 10 dias, que a Maré está passando por operações policiais. Vocês sabem o que são 44 escolas fechadas durante 6 dias, mais de 18 mil estudantes sem aula? Semana passada foi a semana da criança. As crianças não tiveram festa na escola, não tiveram o dia do cabelo maluco, que todo mundo teve”, disse Raphael.
O ator também compara a situação que a comunidade enfrenta com a guerra entre Israel e Palestina. “Essa semana eu fiquei muito indignado porque eu vi o quanto as pessoas estão comovidas com uma guerra que está acontecendo em outro país e ignoram a guerra que está acontecendo no país delas”, desabafa o ator, citando as mortes frequentes de crianças por operações policiais.
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“Se operação policial limpasse o tráfico mesmo, a Maré ia ser o lugar mais seguro do mundo pra se viver”, reforça o influenciador. O vídeo termina com um apelo para que famosos que nasceram na mesma comunidade, como Douglas Silva, Bianca Andrade e Lexa, se mobilizem também para alertar sobre o problema.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar, em nota, informou que o Comando do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) está apurando todas as denúncias de truculência policial.
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“As ações das equipes seguem pautadas por critérios técnicos e planejamento prévio, sempre alinhadas ao previsto na legislação vigente. Cabe ressaltar que o comando da SEPM não compactua com quaisquer desvios de conduta ou crimes cometidos por policiais militares, punindo com rigor os envolvidos”, disse.