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BBB: buscas por racismo e black power disparam no Google após discurso

Antes da eliminação do sertanejo Rodolffo nesta terça (6), Tiago Leifert falou abertamente com os brothers - e o Brasil - sobre o assunto

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 7 abr 2021, 17h27 - Publicado em 7 abr 2021, 12h08
João Luiz: professor de geografia sofreu racismo do cantor Rodolffo e o Brasil inteiro assistiu a seu desabafo e a discurso de Tiago Leifert (Reprodução/TV Globo)
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Na noite desta terça (6), o cantor sertanejo Rodolffo foi eliminado do Big Brother Brasil com 50,48%. Ele enfrentava, no paredão, o aliado goiano Caio e o pernambucano Gilberto. Um dos motivos para a saída do brother foi o comentário racista que ele fez no último sábado (2), em relação ao cabelo do mineiro João Luiz, que é negro.

Ao precisar usar uma peruca de homem das cavernas no castigo do Monstro, o artista afirmou que a cabeleira falsa se assemelhava ao black power do professor de geografia. João ficou extremamente incomodado com a suposta brincadeira, mas só rebateu durante o jogo da discórdia da noite de segunda (5), com um duro discurso. Rodolffo se defendeu dizendo que também tem cabelo “duro” e não queria ofender.

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Antes da eliminação de Rodolffo, no entanto, o apresentador Tiago Leifert fez um longo discurso sobre racismo, citando sua própria vivência, o movimento dos Panteras Negras nos Estados Unidos e o black power como símbolo de resistência negra.

A influenciadora Camilla de Lucas, que também é negra, pediu a palavra e complementou que os negros não aguentam mais explicar o que é racismo, que a maioria das pessoas hoje em dia têm acesso à internet e podem pesquisar sobre o assunto para não mais insistirem em brincadeiras preconceituosas. Camilla também explicou por que usa lace, uma peruca que tem a parte de cima muito parecida com o couro cabeludo, já que está passando por um processo de transição capilar após anos de alisamento.

O Google Trends, plataforma do site de buscas que mostra o que está bombando na web, registrou um aumento significativo da busca pelos termos “racismo”, “black power” e lace na hora em que o discurso de Leifert foi ao ar.

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Entre segunda (5) e esta quarta (7), as buscas por “racismo” triplicaram no Google quando comparadas ao volume registrado pelo assunto nas 48 horas anteriores. Porém, entre as 22h de segunda (5) e a madrugada de terça (6), momento do episódio entre Rodolfo e João no jogo da discórdia, as buscas cresceram muito mais: o aumento foi de 1320%. O termo “Filmes sobre racismo Netflix” cresceu mais de 200% na últimas 24 horas e foi o quinto termo de maior alta com a palavra “racismo” no Google.

Já o termo mais buscado com a palavra racismo no Google nas últimas 24 horas foi “racismo bbb”, seguido por “o que racismo” e “racismo estrutural”.

Confira:

 

Gráfico do Google Trends mostrando o aumento da busca pelo termo Black Power
Black Power: às 23h56 desta terça (6), termo atingiu o pico de buscas no Google no Brasil (Reprodução/Google)
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Já em relação à busca sobre a palavra “racismo”, a busca começou a aumentar por volta das 22h45, quando o BBB começou. O pico aconteceu também às 23h56.

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Gráfico do Google mostrando aumento da busca pelo termo racismo
Racismo: buscas aumentaram durante todo o tempo em que o BBB esteve no ar nesta terça (6) (Reprodução/Google)

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No caso da procura pelo termo “lace”, a peruca usada por Camilla de Lucas, o interesse vinha desde a tarde de terça (6), e bateu recorde na madrugada desta quarta (7).

Gráfico do Google mostrando aumento da busca pelo termo lace
Lace: tipo de peruca usada pela influencer Camilla de Lucas faz a cabeça de estrelas como Beyoncé e Ludmilla (Reprodução/Google)

É curioso notar, também, que às 23h56 a busca por Spike Lee no Google, que vinha tendo zero interesse dos usuários da plataforma durante o dia, também disparou. Leifert citou o filme do cineasta americano Infiltrado na Klan como exemplo de narrativa que mostra a luta antirracista nos EUA.

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Gráfico do Google mostrando aumento da busca pelo cineasta Spike Lee no Brasil
Spike Lee: buscas pelo cineasta também dispararam no Google após citação de Tiago Leifert, às 23h56 (Reprodução/Google)
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