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Canoa havaiana: projeto transforma a vida de jovens de favelas cariocas

À frente do clube Guanabara Va’a, Luiz Marcelo Malzone ajuda a tornar o esporte acessível dando aulas gratuitas na Praia do Flamengo

Por Renata Magalhães
19 jan 2023, 19h00
Atitude transformadora: à frente do clube Guanabara Va'a, o economista dá aulas de canoa polinésia a estudantes da rede pública -
Atitude transformadora: à frente do clube Guanabara Va'a, o economista dá aulas de canoa polinésia a estudantes da rede pública - (Leo Lemos/Divulgação)
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Era manhã de dezembro de 2020 quando Luiz Marcelo Malzone zarpou com sua canoa havaiana da Praia do Flamengo. Durante o trajeto, o economista avistou, em outra canoa, uma remadora desconhecida — “e foi amor à primeira vista”, definiu. Através das redes sociais, ele conseguiu encontrá-la, mandou mensagem e logo engatou um romance com a psicóloga Maíra Pita, que em pouco tempo viria a se tornar também sua parceira em um projeto compartilhado por ambos: transformar a vida das pessoas através de experiências com o esporte polinésio.

Exatamente um ano depois era inaugurado o clube Guanabara Va’a. “Queríamos um lugar com a nossa cara para fornecer aprimoramento técnico aos praticantes, mas que também tivesse uma forte vocação social”, lembra Malzone, remador há dezoito anos e vice-campeão pan-americano.

“Estamos ocupando um espaço da cidade com uma atividade que acaba sendo cara por causa dos equipamentos. Nossa contrapartida é torná-la acessível a mais gente”

Na largada, receberam ajuda da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, com a inclusão da escola no Aterro do Flamengo no programa Rio em Forma, que oferece aulas gratuitas de diversas modalidades por toda a cidade. Desde então, segunda, quarta e sexta são dias de ensinar canoagem para estudantes entre 14 e 19 anos da rede pública.

“Estamos ocupando um espaço da cidade com uma atividade que acaba sendo cara por causa dos equipamentos. Nossa contrapartida é torná-la acessível a mais gente”, afirma. As vagas eram inicialmente destinadas a um colégio de Laranjeiras, pela proximidade, mas a animação foi tamanha que praticantes de várias localidades afluíram. Hoje, tem aluno da Maré, do Jacaré, do Morro Azul, entre outras favelas cariocas, remando pela Baía de Guanabara.

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Ao longo do último ano, foram dezenas de jovens beneficiados com as aulas de canoa havaiana. “É gratificante ver adolescentes acordando cedinho para praticar um esporte, e as mudanças em cada um deles já são perceptíveis”, celebra Malzone, destacando melhorias em quesitos como desempenho acadêmico, postura, pontualidade e traquejo no trabalho em equipe.

O bom exemplo vem dando outros frutos. “Alguns clubes da vizinhança passaram a investir em iniciativas sociais”, relata o economista de formação, que na pandemia decidiu abandonar o mercado financeiro para se dedicar inteiramente à modalidade. “O próximo passo é buscar parcerias e apoios para atender mais alunos e oferecer uma melhor estrutura”, adianta. E assim a iniciativa poderá seguir de vento em popa.

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