A cantora e compositora Marina Íris foi a convidada desta sexta (3) do Projeto Cena Carioca, série de lives conduzidas pela jornalista e colunista de VEJA Rio Rita Fernandes no Instagram da publicação. Durante o encontro on-line, além de soltar a voz, Marina falou sobre música, ativismo, processo criativo e também sobre como está lidando com a pandemia causada pelo novo coronavírus. Abaixo, confira trechos da conversa:
Voz Bandeira
“Quando o Leandro Vieira (carnavalesco da Mangueira) me viu cantar ao vivo, escreveu em suas redes sociais que minha voz carrega muitas bandeiras. Eu estava acostumada a receber elogios sobre o alcance da voz, a potência e a minha interpretação, mas isso ninguém nunca tinha me falado. Acho que a minha voz ajuda a amplificar outras vozes. Foi uma forma muito bonita de definir não só a minha voz, como também o meu trabalho”.
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Produção na quarentena
“Tenho jornada dupla, trabalho como jornalista e fui aprovada em três editais que surgiram na pandemia, de apoio a artistas. Ainda não fiz os shows, que serão on-line, mas estou me preparando. É importante ser remunerada por essas lives musicais. Tenho tentando manter a sanidade e as composições ajudam bastante nisso, mas não dá para falsear a realidade. Temos que cobrar o poder público para dar suporte. Não é um favor. Não é um momento fácil”.
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Trabalho novo
“Pretendo lançar um álbum em 202, mas ainda estou muito empenhada em trabalhar bastante o meu último trabalho. O show de estreia dele estava previsto para 20 de março, mas veio a pandemia… Gosto de fazer coisas conectadas com o que está acontecendo. Recebi duas composições da Teresa Cristina no início da quarentena, estou muito empolgada. Vou gravar com certeza, admiro muito ela”.
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Lutas
“Levanto, sim, muitas bandeiras: uma sociedade mais igualitária, mais justa, com mais dignidade. Só isso já é um guarda-chuva enorme. Também falo sobre a pauta antirracista, que é para ontem. Temos que reparar, sim, tudo que aconteceu de cruel no país. A luta contra o machismo, a LGBTfobia. Precisamos achar uma forma de ter uma sociedade mais justa, com uma convivência mais fraterna”.
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Futuro da roda de samba
“É muito difícil bater o martelo a respeito de como será o futuro, porque é tudo ainda muito novo. Fico tentando projetar, pensar em saídas. Vamos tocando a bola. Mas roda de samba pressupõe encontro, pessoas coladinhas e isso não vai ter por muito tempo. A sobrevivência dessa cultura, por enquanto, está na internet”.