Na era das redes sociais, atrair seguidores tornou-se um grande ativo — e tem gente que sabe usar seu poder de persuasão para fazer o mundo girar. Em meio à crise pandêmica, que acentuou ainda mais as taxas de desemprego, o humorista Fábio Porchat, 37 anos, decidiu criar uma rede de apoio para microempreendedores. “Vi notícias de pessoas perdendo tudo e pensei numa maneira em que pudesse ajudar de forma efetiva”, conta uma das estrelas do canal do YouTube Porta dos Fundos, apresentador do programa Que História É Essa, Porchat?, exibido pelo GNT, e agora responsável pelo projeto Divulga, Porchat.
O arco-íris vai se espalhar pela cidade
Funciona assim: o ator seleciona pequenos negócios, empresta seu rosto a eles, no melhor estilo garoto-propaganda, e ainda ajuda a produzir as peças de divulgação, sem cobrar nada. Depois, as campanhas digitais são veiculadas em suas acessadíssimas redes — só no Instagram, ele contabiliza quase 6 milhões de seguidores na sua conta pessoal.
“O povo brasileiro é muito talentoso, mas a desigualdade é grande. As pessoas podem vencer com suas pernas, só que para isso precisam ser ouvidas”
Em 24 horas após o lançamento, há um ano, apareceram mais de 8 000 interessados pela internet. E teve de tudo — desde pizzaria fit até butique de produtos eróticos. “Minha mulher que gostou dessa última”, brinca. Uma criteriosa triagem por parte da equipe do artista selecionou os cinco negócios que receberam uma injeção de ânimo de Porchat em 2020. A iniciativa pegou e mais três projetos foram escolhidos em 2021. Um deles, a startup carioca de educação Era Uma Vez o Mundo, fabrica brinquedos e oferece cursos para incentivar a representatividade afro-brasileira no universo infantil.
O que faz Iza ser considerada uma das pessoas mais influentes do mundo?
O vídeo roteirizado por Porchat — devidamente aprovado pelo “cliente” — bateu quase 200 000 visualizações em cinco dias, e o próprio ator comprou 100 unidades para doar a ONGs no Complexo da Maré e na Cidade de Deus. “O povo brasileiro é muito talentoso, mas a desigualdade é grande. As pessoas podem vencer com suas pernas, só que para isso precisam ser ouvidas”, conclui Porchat. Que bom que ele tem um belo megafone nas mãos.
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