Tudo ocorreu naqueles moldes de interação da pandemia. Em 2020, a atriz Taís Araújo e o empreendedor e ativista Eduardo Lyra se conheceram durante uma das tantas lives produzidas no isolamento social. Na época, ela, sempre envolvida com projetos sociais, buscava uma iniciativa mais perene para dar seu apoio. Chegou até mesmo a cogitar botar para a frente algo seu. “Mas vi que seria impossível junto com a minha carreira, fora que já existem muitos trabalhos de alto nível por aí”, lembra.
Um deles, que chamou a sua atenção, foi a ONG Geraldo Falcões, justamente encabeçada por Lyra — uma rede de desenvolvimento que atua em periferias e favelas de todo o Brasil. Só em 2022, a iniciativa beneficiou mais de 700 000 pessoas. “Fiquei encantada com a proposta deles, fui lá pedir um emprego e ganhei”, brinca Taís, que agora tem crachá de head de produtos sociais.
Sua principal função é colocar empresas e marcas para trabalhar com a organização das mais diversas maneiras, seja na criação colaborativa de produtos, seja no endosso a alguma ação, seja na idealização de contrapartidas. “Eu não precisava inventar a roda, mas posso ajudar a fazê-la girar”, acredita a atriz, atualmente gravando a série Reencarne, da Globo.
“Ao trabalhar por um ambiente mais saudável para todos, ele se torna melhor para nós também. Temos que ser parte da solução porque somos parte do problema”
Movida por causas que a tocam, ela foi nomeada defensora dos Direitos das Mulheres Negras pela ONU, apoia o jornal independente Vozes da Favela, a ONG Central Única de Favelas e, no ano passado, virou mantenedora da Opará Saberes, iniciativa da pesquisadora Carla Akotirene para levar mais mulheres pretas para os cursos de pós-graduação.
“Sempre que os ideais estão alinhados com o meu, vou contribuir, seja financeiramente, seja com o meu tempo e empenho”, afirma. Com a Gerando Falcões, Taís já fez muito, desde apresentar eventos de liderança até doar parte de seu armário para o e-commerce que sustenta a ONG. Para ela, a sociedade civil tem papel fundamental na esfera social.
“Não podemos nos acostumar com crianças pedindo dinheiro no sinal como se essa fosse a realidade do Rio”, afirma Taís, que adora passear pela cidade com os filhos, principalmente no Aterro do Flamengo e na Praia do Leme. “Ao trabalhar por um ambiente mais saudável para todos, ele se torna melhor para nós também. Temos que ser parte da solução porque somos parte do problema”, conclui a incansável ativista.