Cariocas do Ano: Othon Bastos é destaque na categoria teatro

Aos 91 anos, o ator dá um banho de vitalidade e se experimenta pela primeira vez em um ótimo monólogo. Aposentadoria? Nem pensar

Por Paula Autran, Marcela Capobianco, Pedro Landim, Renata Magalhães
20 dez 2024, 06h00
Othon Bastos
Othon Bastos: brilhando nos palcos aos 91 anos  (Beti Niemeyer/Divulgação)
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Não são poucas as vezes em que a plateia que lota o Teatro Vannucci irrompe em aplausos ao longo da apresentação do monólogo Não Me Entrego, Não. No palco, quem comanda o espetáculo é Othon Bastos, com um invejável vigor em seus 91 anos, o que inclui se reinventar o tempo todo a esta altura da vida: pela primeira vez na vasta carreira, ele encara um voo solo, remexendo em cena sua trajetória artística em comovente ode ao ofício de ator.

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Escrita e dirigida pelo amigo de longa data Flávio Marinho, a peça caiu no gosto do público, formando na porta uma fila que há tempos não se via nos corredores do Shopping da Gávea. Por isso, segue firme, mesmo sem qualquer patrocínio, uma raridade. “Nunca imaginei essa resposta. Fico surpreso com a emoção das pessoas, que se identificam com o meu desejo de viver”, afirma Othon. Não Me Entrego, Não foi prestigiada por mais de 30 000 pessoas em seis meses, dentre as quais ilustres personalidades como a colega Fernanda Montenegro, que terminou a sessão aos prantos.

Na ativa desde 1951, Othon se apresenta mesclando memórias com ensinamentos e desencava seus inúmeros papéis no teatro e no cinema. “Carrego dentro de mim uma multidão de personagens”, fala o intérprete do cangaceiro Corisco, do icônico Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha. Com dois filmes lançados este ano, incluindo uma das maiores bilheterias nacionais, Nosso Lar 2: Os Mensageiros, ele experimenta um novo ápice na carreira, sem cogitar aposentadoria. “Só vou parar quando não conseguir mais trabalhar”, promete o veterano artista, que retorna aos palcos cariocas em janeiro e tem uma esticada temporada paulistana agendada para 2025.

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Nascido na Bahia, Othon veio para o Rio com apenas 6 anos. Depois de muito viajar, estabeleceu de vez morada nestas praias nos anos 1980 e, até hoje, um de seus mais apreciados programas é caminhar no calçadão — um fragmento da fórmula da longevidade que disciplinadamente pratica. “Todos sabemos que vamos morrer, mas não penso nisso. Quero aproveitar o momento com alegria e humor”, pontua, otimista e cheio de gás. Lida na peça, a frase do poema de Emily Dickinson virou um de seus mantras: “Eu nasço contente todas as manhãs”. Palmas para ele.

Cariocas do Ano 2024 é promovido pela VEJA Rio com apoio da Prefeitura do Rio, Secretaria Municipal de Turismo do Rio e Brasil Surfe Clube, parceria do Roxy Dinner Show e fornecedor oficial Salton.

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