Da modesta primeira edição no Copacabana Palace ao megaevento que hoje ocupa todo o Riocentro, a Bienal do Livro marcou a existência de gerações de cariocas que cresceram visitando a feira literária e chega aos quarenta anos repleta de razões para celebrar. A edição de 2023 atingiu recorde de mais de 600 000 visitantes e 5,5 milhões de livros vendidos entre os dias 1º e 10 de setembro.
Por trás do retumbante sucesso do evento, decretado Patrimônio Cultural da cidade neste ano, reside a constante busca pela criação de novas experiências e expansão do universo dos livros para o terreno dos jogos, do audiovisual e da música.
“Precisamos nos orgulhar por oferecermos o maior festival de literatura e entretenimento do país, que tem como estrela principal o livro, mesmo sendo o índice de leitura tão baixo no Brasil”, enfatiza Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions e realizadora da Bienal junto ao Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
Frequentadora desde criança, Tatiana viu sua trajetória profissional se cruzar com a história da feira logo no princípio da carreira, quando engatou no primeiro estágio na equipe de produção do evento que assumiria mais tarde, com a preocupação de convertê-lo em polo de cultura e entretenimento.
“Como a cada edição temos alcançado mais gente, o maior desafio é nos superarmos e pensar: como podemos avançar e fazer melhor?”, diz a incansável organizadora, que já começou a reunir ideias para 2025, quando será celebrada uma importante conquista para o Rio — a cidade foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura para ser a capital mundial do livro, mais um incentivo à difusão da leitura nestas areias.
“Vamos continuar plantando sementes. Queremos ver crianças comprando seus primeiros livros, reunir autores que despertam o interesse por eles, contar com gente diversa e plural frequentando este espaço”, lista Tatiana. Está aí uma causa capaz de mudar cabeças e mover o mundo.