‘Confusa, suja e com pés inchados’ diz PM sobre modelo resgatada em favela
Segundo a subtenente Elizabeth Viveiros, Eloísa Fontes vivia em situação de rua no Morro do Cantagalo, em Ipanema, e estava 'muito fragilizada e vulnerável'
A ajuda veio dos próprios moradores do Morro do Cantagalo, em Ipanema. Preocupados com a segurança de uma moça seminua que vagava desorientada pelas vielas da favela, eles procuraram a assistente social Adriana Valentim, na base da Operação Ipanema Presente, na Praça General Osório, para avisar: a mulher sem camisa que estava em situação de rua dentro da comunidade corria sério risco de vida e precisava ser tirada dali o mais rápido possível.
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A moça em questão era a modelo alagoana Eloísa Fontes, de 26 anos, que estava desaparecida há um ano. Com histórico de distúrbios mentais, ela foi levada pelos moradores do Cantagalo até a saída da favela, na Rua Barão da Torre, na tarde desta quarta (7). Ali a modelo foi resgatada por agentes do Segurança Presente, do Governo do Estado. “Ela estava extremamente fragilizada”, conta a subtenente Elizabeth Viveiros, uma das primeiras a vê-la e a prestar ajuda.
A policial conta que os relatos que chegaram aos integrantes da operação é que Eloísa estava andando pela favela sem camisa, “numa situação de extrema vulnerabilidade”. Segundo a subtenente, a alagoana ganhou roupas de moradores do morro para se apresentar aos PMs. Ela resistiu fortemente à ideia de deixar a favela, apesar de muitas vezes dormir na rua ou na casa de desconhecidos. De acordo com Elizabeth, ao encontrar os agentes, Eloísa estava suja, com os pés inchados, fragilizada e desorientada. “Falava coisas incoerentes às vezes, estava claro que havia um distúrbio ali”.
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A princípio, a modelo ofereceu resistência para ser levada para uma avaliação psiquiátrica e alegou ter fugido do Instituto Pinel em outra oportunidade – mas acabou aceitando seguir para a mesma clínica, onde chegou de mãos dadas com o Sargento Davi, que também participou da operação de resgate. Ela segue internada, onde cuida de sua saúde mental.
Eloísa tem uma carreira curta porém de importantes trabalhos no mundo da moda e já fez capas para revistas como Elle, Grazia e Glamour, além de campanhas para grifes como Dolce & Gabbana. Ela chegou ao Rio em janeiro de 2020, depois de uma conturbada temporada de 11 meses em Nova York. A modelo teve um surto em junho de 2019, quando desapareceu por cinco dias. Foi encontrada desorientada numa cidade a 30 minutos de Manhattan. Em setembro deste ano, depois de um ano sem contato com nenhum parente, Eloísa reencontrou a mãe e chegou a ser levada para a casa de uma irmã, em Minas Gerais. Mas fugiu de volta para o Rio e passou a viver em situação de rua dentro do Morro do Cantagalo.
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