A piscina em que Lady Di dava suas braçadas de madrugada – e de onde Janis Joplin foi expulsa por mergulhar totalmente nua em suas águas, em 1970, agora não recebe ninguém. Por causa da crise no setor hoteleiro em decorrência da pandemia de coronavírus, o Copacabana Palace fechou suas portas pela primeira vez desde 1923. Não que tenha sido uma decisão fácil.
Felipe Bronze: ‘A gastronomia pode ser dizimada com a crise’
Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o hotel resistiu o quanto pôde. No último dia 3 (ou seja, há quase uma semana), VEJA RIO divulgou em primeira mão uma lista com quase 60 hotéis da cidade que, às moscas, decidiram suspender temporariamente seu funcionamento – e o Copa não fazia parte deste levantamento (Leia aqui: Coronavírus: 57 hotéis fecham no Rio; Copacabana Palace segue aberto .
Naquela data, a funcionária do setor de reservas explicou que o hotel estaria “de braços abertos” para receber mais clientes (inclusive no restaurante Pérgula), até quando fosse possível manter a qualidade dos serviços. Com menos de 40% de ocupação (números passados pelo hotel), não deu mais pra segurar. A decisão de fechar temporariamente foi finalmente tomada, e os últimos hóspedes desceram a escadaria em mármore de carrara e fecharam a conta tendo ao seu redor o espetacular arranjo de flores que adorna o lobby. Seguiram, num ambiente iluminado por um imponente lustre de cristal, em direção à rua – e já não tinham por ali, para ajudar a abrir a porta giratória, o capitão-porteiro Jorge de Freitas, o Cafu. Um dos funcionários mais conhecidos do hotel onde trabalha há 45 anos, Cafu, por causa da idade avançada que o coloca no grupo de risco, entrou na primeira leva dos que seriam afastados do trabalho.
Até a reabertura, prevista para o final de maio, ficam sozinhos naquele latifúndio de 12 mil metros quadrados, à beira da Praia de Copacabana, somente a diretora-geral Andrea Natal, e o cantor Jorge Benjor, que vive no Copa desde 2018.
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