Às cinco horas da manhã desta sexta-feira (5), a família do economista Carlos Lessa recebeu a notícia: aos 83 anos, ele havia acabado de morrer – a causa foi uma pneumonia, em decorrência do Coronavírus. Ex-presidente do BNDES na gestão Lula, ex-professor e ex-reitor da UFRJ, Lessa era uma espécie de enfant terrible da economia nacional e criticava sem a menor cerimônia os gestores da política econômica brasileira e a elite do país, a quem culpava pela desigualdade social.
‘Passando a boiada’: mudança na legislação urbanística do Rio já começou
Empresário apaixonado pela cultura popular e pelo Rio, Lessa começou a recuperar imóveis antigos da cidade – a maioria deles, no Centro – no início dos anos 2000. Seu xodó, entre as onze revitalizações feitas, era o casarão centenário Ameno Resedá (nome de um famoso rancho carnavalesco), na esquina das ruas Bento Lisboa e Pedro Américo, no Catete. Sob os cuidados do economista, a casa virou um sofisticado mix de restaurante e casa de shows intimista. Para sua tristeza, fechou as portas no início de 2020. “É o resultado do abandono, da ausência de políticas públicas culturais, municipais, estaduais e federais que visem manter e proteger a cadeia produtiva da música” – assim foi comunicado o encerramento das atividades.
A história da arte ganha um novo capítulo com a pandemia
Carlos Lessa estava internado no Hospital Copa Star e sua morte foi anunciada pelo filho Rodrigo Lessa, que publicou a seguinte mensagem no Facebook: “Meu amado pai foi hoje às 5h da manhã descansar. A tristeza é enorme. Seu último ano de vida foi de muito sofrimento e provação. O legado que ele deixou não foi pequeno. Foi um exemplo de amor incondicional pelo Brasil, coerência e honestidade intelectual, espírito público, um professor como poucos e uma alma generosa que sempre ajudou a todos que podia quando estava a seu alcance, um grande amigo. Que descanse em paz. Aos que tem afeição por ele, comunicaremos uma cerimônia virtual em função da pandemia”.
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