Na lista dos serviços essenciais divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro, os supermercados fazem parte de uma série de atividades que não podem parar durante a pandemia do coronavírus. Isso significa que não cabe a opção de trabalho remoto aos funcionários fora do grupo de risco ou que não estejam apresentando sintomas da doença. É trabalhar ou trabalhar. E cada vez mais, já que a recomendação é que os estabelecimentos funcionem 24 horas por dia. “Os caras são uns heróis, estão botando em risco a sua própria saúde e a da família para não deixar faltar nada para ninguém”, afirma o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio, Fábio Queiróz.
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Em entrevista a VEJA RIO, Fábio afastou “pelo menos por enquanto” a possibilidade de desabastecimento nas prateleiras. “Estamos trabalhando com estoque muito alto, os produtos vêm sendo entregues regularmente”. O decreto do governador Wilson Witzel, que nesta segunda-feira (23) limitou a compra de quatro unidades de itens de primeira necessidade, como papel higiênico, papel toalha e álcool em gel, contou com o apoio da associação. A medida foi encarado como uma estratégia para evitar o desequilíbrio no abastecimento e uma possível disparada de preço. “Foi uma opção de ser mais cauteloso só com estes produtos”, afirma.
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A limitação na entrada de clientes em supermercados, medida adotada em outros estados, também está descartada neste momento. Para Fábio, a ficha do consumidor já caiu. “As pessoas estão mais conscientes que não é necessário sair correndo para fazer compras, ir a família toda. Isso aconteceu no início da pandemia, muita gente já está abastecida, agora são mais comuns as pequenas compras, de reposição”. No último fim de semana, os supermercados tiveram uma queda significativa no movimento em suas lojas físicas – enquanto o volume de compras online chegou a aumentar até 100% em algumas redes, por causa do confinamento. “O momento pede calma e bom senso: o ideal é evitar fazer superestoques, comprar gradativamente para que não falte para ninguém”, diz.