Depois de 46 anos na Globo, Cissa Guimarães mudou de emissora e encara novo desafio: ela estará à frente do emblemático programa de entrevistas Sem Censura, na TV Brasil, que está de volta repaginado, a partir desta segunda (26), às 16h, ao vivo.
A rede de televisão pública pertence à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), conglomerado de mídia do governo federal. Cissa frisa que não houve nenhuma orientação para convidar pessoas que sejam a favor do governo Lula. “Importante salientar que quem vem no programa é que se sente sem censura. Ninguém se sente engessado. Aqui é uma TV pública, e pode falar o que quiser”, disse ela ao site F5.
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A diretora de conteúdo e programação da EBC, Antonia Pellegrino, reforça que não há nenhum impedimento quanto a temas ou a participantesde outros espectros políticos. “O Sem Censura recebeu esse nome na época da ditadura e seguiu com esse nome justamente por carregar debates que eram e são relevantes à sociedade. E não tem como debater se houver limites”, afirmou, também ao F5.
Para a apresentadora, a volta do Sem Censura tem um simbolismo importante. “Não deixa de ser um resgate da nossa democracia. É um programa icônico, tradicional, que faz parte da vida dos brasileiros. Sinto uma alegria quase que infantil, que se mistura a uma honra grande e, claro, a uma responsabilidade. Na minha trajetória, talvez seja um dos trabalhos mais sérios”, defende.
Ela conta que esteve na bancada como convidada por diversas vezes, mas que pretende imprimir seu próprio estilo no comando do programa. “Se a emissora me convidou, é porque gosta desse meu jeito. Sou espontânea, e o que vem na cabeça eu falo mesmo. Afinal, é sem censura”, garante.
Apesar da empolgação agora, Cissa Guimarães admite que passar pelo desligamento da Globo não foi fácil. “Fiquei 46 anos lá, foi a maior parte da minha vida. E, por mais que a gente saiba que existe vida, quando a gente sai, fica meio órfão. Existe um luto”, conta.
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“Aprendi muito lá dentro, mas todos nós, atores que saímos da Globo, temos mais chances do que quando estamos lá. E eu nunca ganhei na loteria nem em quermesse, mas agora recebo esse presente de virar a apresentadora do Sem Censura“, celebra ela.
A atração será exibida de segunda a sexta, ao vivo, das 16h às 18h. Serão de três a quatro convidados por dia, além de um debatedor. A reestreia traz Claudia Raia, Miguel Falabella, Xande de Pilares e a jornalista Luciana Barreto.
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Todas as sextas, o Sem Censura receberá atrações musicais, que se apresentarão fazendo um tributo a outros artistas. O primeiro será uma homenagem a Gal Costa.
Além da âncora, a comediante Dadá Coelho, o dramaturgo Rodrigo França, a radialista e jornalista Fabiane Pereira (colunista de VEJA RIO), a gerente de música da TV Brasil, Bia Aparecida, a jornalista Katy Navarro e o jornalista e influenciador Murilo Ribeiro, o Muka, se revezarão como debatedores.
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Criado em 1985, na antiga TVE (desde 2007, TV Brasil), o Sem Censura volta ao formato diário depois de mais de três anos. Até novembro de 2020, ele era exibido de segunda a sexta. Depois, passou a ser semanal. A última edição inédita foi apresentada por Marina Machado, em maio do ano passado.
A primeira apresentadora da atração foi a jornalista Tetê Muniz, e o programa teve à sua frente nomes com passagens marcantes, entre eles Liliana Rodrigues, Márcia Peltier, Lúcia Leme e Leda Nagle. A direção-geral do novo programa é de Bruno Barros, que também já foi apresentador do Sem Censura.
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Além da televisão, é possível assistir ao programa no canal da TV Brasil no YouTube e no aplicativo da emissora.
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