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‘Dias Ferreira está assustadora’, diz dono de bar na rua do Leblon

Instalado há 19 anos na esquina com a Venâncio Flores, Antonio Rodrigues, do Belmonte, afirma que nunca viu 'a coisa tão ruim' e que carteiradas são comuns

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 20 out 2020, 18h52 - Publicado em 20 out 2020, 11h47
Antonio Rodrigues: empresário garante rooftop mais democrático da cidade (Leo Lemos/Veja Rio)
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Dos 19 bares e restaurantes que abriu pela cidade, todos no Centro ou na Zona Sul, apenas um tira o sono de Antonio Rodrigues. É na filial do Belmonte da Dias Ferreira, a mais movimentada da rede, que o empresário vem encontrando problemas com a fiscalização e com alguns frequentadores, que segundo ele, “não respeitam regra nenhuma”. Multado pela segunda vez no sábado (17) , Antonio concedeu a seguinte entrevista a VEJA RIO:

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Seu bar foi multado de novo. O que houve? A fiscalização está errada? Não está errada. Mas tem umas questões aí. O fiscal foi lá dentro, e tinha uma mesa perto demais da outra. O que tinha acontecido é que o cara chegou para sentar e falou que seriam quatro lugares, aí foi mais um, mais um… Tudo policial. Só de delegado eram seis. Acabou a mesa enorme, com 14 pessoas. Fica difícil manter o distanciamento.

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Mas os clientes dão carteirada? Claro. É muita carteirada. Vai que o cara pega raiva e quebra o meu bar? Tem que ter muito jogo de cintura, fora que ninguém consegue controlar bêbado, é outra situação difícil.

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O que a fiscalização costuma alegar é que a aglomeração acontece do lado de fora e que os bares vendem bebida mesmo para quem não está sentado. Eu não vendo para quem está em pé. As pessoas compram do cara que está ali na frente, na minha porta. Aí aglomera, sem máscara, na maior falta de educação. Peço para sair dali e eles dizem que não vão sair, que a calçada é pública. Ou seja: eu não vendo, não faturo e ainda pago a conta.

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Por que as pessoas insistem em aglomerar na Dias Ferreira? Quanto mais batem nessa rua, mais ela fica lotada. Neste fim de semana teve gente que disse ter vindo do Mato Grosso, de Brasília, para beber lá. As pessoas chegam e perguntam: ‘Esse é o bar que apareceu na TV?’ A verdade é que eu não tenho problema em nenhuma das minhas outras 18 casas. Só na Dias Ferreira. Isso está afetando até a minha saúde.

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Como assim? É tudo muito estressante, as pessoas não respeitam mais nada, eu discuto com muita gente. Me sinto um idiota às vezes por ficar apitando na porta, pedindo para saírem dali. Tenho discussões ríspidas e às vezes fico num estado de nervos terrível. Outro diz cheguei em casa me tremendo todo, quase tive um infarto. Minha mulher ficou assustada. Mas como eu vou ficar calmo se às vezes eu chego e tem cinco viaturas na minha porta?

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Você se considera mais visado que os outros empresários da rua? Às vezes tem tanta polícia na porta do Belmonte que parece que o Marcola (um dos líderes do PCC, atualmente preso) está lá dentro. Não sei se é porque sou nordestino, analfabeto, se é porque não tenho amigos ricos. Pode ser por isso. A prefeitura não está errada de mandar fiscalizar, tem mais é que fazer. O problema é que deixam correr frouxo em outros lugares e eu não posso nada.

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