Antes de se dedicar às artes plásticas – mais especificamente às esculturas – o niteroiense Thiago Sancho, 36, construiu uma sólida carreira no balé, com mais de 17 anos de trajetória nos palcos. Não à tôa, as peças que ele produz hoje são dotadas de ritmo e movimento, com referências explícitas à dança.
A escultura Places I’ve Never Been, um corpo-móbile produzido com ferro e gesso, rendeu a Thiago a indicação ao prêmio londrino Ashurst Emerging Artist Prize 2021. Ele concorre na categoria principal e também ao prêmio de escultura.
+ Três esculturas para prestar atenção na mostra Estado Bruto, no MAM Rio
O prêmio global de arte contemporânea é promovido anualmente pelo escritório de advocacia Ashurst, com sede em Londres e filiais em mais de quinze países. A premiação busca revelar e apoiar os principais talentos emergentes, sem distinção de idade e nacionalidade.
Thiago, que se divide atualmente entre Chile e Brasil, figura na lista dos trinta artistas emergentes finalistas e tem chances reais de se sagrar vencedor. As obras selecionadas estão expostas na Ashurst Emerging Artist Gallery, na capital inglesa. Os cinco vencedores terão direito a mostras individuais. Os resultados, por categoria, serão divulgados em novembro.
+ Exposição de Cocco Barçante no Centro Cultural Correios é um clamor por tempos delicados
“Estou extremamente feliz, especialmente neste momento difícil pelo qual o Brasil passa. Venho de um lugar em que as perspectivas que envolvem o desenvolvimento artístico e cultural são muito escassas. É um privilégio ter a oportunidade de exibir o meu trabalho e representar o meu país em outro continente”, pontua o artista.
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
Interessado pelas formas orgânicas, o niteroiense gosta de esculpir obras a partir de ferro, gesso, tecido, porcelana e resina.
A escultura selecionada pelo prêmio londrino executa composições coreográficas de possibilidades infinitas. O esboço da estrutura se revela a partir da oxidação do metal em contato com a água. “Na dança o bailarino precisa aquecer o corpo e alongar os músculos. Quando começo uma escultura busco em mim esse lugar do bailarino, sentindo o corpo por dentro para alcançar a forma”, explica.
+ Pedro Luís grava show em galeria do Inhotim
“Girar, torcer, suspender, alongar, ceder à gravidade, os gestos que fizeram parte da minha formação artística estão no meu trabalho de escultor”, complementa Thiago, que compete com artistas da Irlanda, Coreia do Sul, Inglaterra, Japão e Alemanha.