Continua após publicidade

Farm se desculpa e tira do ar ação com código de funcionária baleada

Morta nesta terça (8), Kathlen Romeu era vendedora da grife, que recebeu uma enxurrada de comentários negativos após lançar promoção póstuma com seu nome

Por Cleo Guimarães
10 jun 2021, 14h12
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Alvo de críticas indignadas nas redes sociais nesta quarta (9), após anunciar uma ação de marketing envolvendo o nome de Kathlen Romeu, a Farm recapitulou horas depois e pediu desculpas. Baleada durante um tiroteio na comunidade do Lins de Vasconcelos, Kathlen era vendedora da grife e estava grávida. Enquanto a notícia de sua morte ainda repercutia no noticiário, a marca usou seu perfil oficial no Instagram para anunciar que havia criado um cupom de desconto no nome da funcionária.

    Kathlen Romeu não é exceção: 15 grávidas foram baleadas no Rio desde 2017

    De acordo com a Farm, o objetivo da macabra estratégia de marketing seria ajudar financeiramente a família da vendedora – mas sem abrir mão do lucro.  “A partir de hoje, toda a venda feita no código de Kathlen terá sua comissão revertida em apoio para a sua família”, dizia um trecho da mensagem. O fato de apenas uma pequena porcentagem da venda ser revertida aos parentes da funcionária (por ser comissão, a empresa não deixaria de faturar nem um centavo) causou indignação e incômodo na web.

    ‘Prepare o braço’: Rio antecipa vacinação contra Covid para maiores de 50

    Acusada de oportunista, a Farm foi atacada no Instagram também por ex-vendedoras. “Eu entrei para a Farm em 2016. Na época a empresa tinha acabado de se envolver em uma grande confusão por causa de racismo. Depois desse episódio, eles abriram um quadro para funcionárias negras e eu acabei passando. Eles não tinham nenhuma estrutura para receber funcionários racializados, só estavam querendo incluir gente preta para poder calar a boca do que estava acontecendo na época”, contou a ex-funcionária Janice Mascarenhas, que é negra.

    Continua após a publicidade

    Por onde anda Jout Jout

    Janice contou detalhes de ataques racistas sofridos por ela dentro da própria empresa. Outra vendedora, também negra e identificada no Twitter como Alanne, conta ter trabalhado por cinco meses na Farm. “Foi o tempo que aguentei”, escreveu ela, lembrando que uma das regras para as funcionárias é que elas são obrigadas a comprar o próprio uniforme – “Só a sandália custava 500 reais”.

    Rio inaugura primeira área de proteção aos ciclistas com horário noturno

    Continua após a publicidade

    Mais de 17 000 comentários (98% deles em tom indignado e críticos à postura da empresa) foram postados no Instagram, o que levou a Farm a se retratar e publicar um post, sem foto, em fundo preto, onde se lê: ERRAMOS. Nele, a marca se desculpa pela ação e diz que entendeu a gravidade do que fez. “Por isso, retiramos o código E957 do ar. Continuaremos dando o apoio e suporte à família, como fizemos desde o primeiro momento em que recebemos a notícia”.

    Ginasta do Fla garante vaga na Olimpíada ao som de Baile de Favela; veja

    Em nota enviada a VEJA RIO, a assessoria de imprensa da marca informa que vai reverter integralmente as vendas que foram geradas através do código para a família de Kathlen. “Olhamos hoje pra Farm com a consciência da nossa função social na redução das desigualdades e seguiremos acelerando todos os nossos programas de inclusão e equidade. Agora o momento é de luto e acolhimento”

    Continua após a publicidade

    View this post on Instagram

    A post shared by FARM Rio (@adorofarm)

    + Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui

     

     

    Publicidade

    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de 35,60/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.