Após ser acusado em conter apologia à pedofilia, o filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola, com os atores e humoristas Danilo Gentili e Fábio Porchat, se tornou um dos assuntos mais falados da internet e alcançou o terceiro lugar entre os dez filmes mais vistos da Netflix no Brasil.
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Toda a polêmica começou quando membros do governo Bolsonaro, como o ministro da Justiça Anderson Torres e o secretário especial Cultura Mário Frias, passaram a criticar o longa nas redes sociais devido a uma cena em que dois alunos são assediados sexualmente por um homem adulto, interpretado por Porchat.
Lançado em 2017 nos cinemas, o filme chegou à Netflix em fevereiro deste ano e está presente em outros canais de streaming. Nesta quarta (16), o Ministério da Justiça determinou a mudança da classificação indicativa do filme de 14 para 18 anos, citando “tendências de indicação como coação sexual; estupro, ato de pedofilia e situação sexual complexa”.
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Segundo o texto, a classificação deve ser utilizada em qualquer plataforma ou canal de exibição de conteúdo classificável em até cinco dias corridos. A medida também recomenda a exibição do longa na televisão aberta depois das 23h.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União um dia após o Ministério da Justiça proibir a exibição o filme nas plataformas de streaming. O decreto determinava a exclusão do filme das plataformas Amazon, Apple, Netflix, YouTube, Globoplay e Telecine, sob pena de R$ 50.000,00 por dia, no caso de descumprimento.
Apenas o Globoplay e o Telecine até o momento se pronunciaram em nota, afirmando que, apesar de reconhecerem as críticas recebidas pelo longa, a decisão do Ministério da Justiça se trata de uma censura ao filme.
Em entrevista ao jornal O Globo, Fábio Porchat rebateu as críticas ao filme e ressaltou que o seu personagem se trata do vilão da obra ficcional. “Quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado”, disse o ator.
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Já Danillo Gentili, que escreveu o livro originário do filme, também defendeu no programa Morning Show, da Jovem Pan, que a mensagem do filme é contrária às acusações. “A cena em questão é exatamente sobre uma pessoa que se apresenta como o melhor aluno da escola, que seria uma autoridade, pedindo coisas abjetas e absurdas para os alunos, que não obedecem o cara só porque ele é uma autoridade. Então, na verdade, em momento algum o filme faz apologia à pedofilia. O filme vilaniza a pedofilia“, disse o comediante, que também tem alfinetado os críticos por meio das suas redes sociais.
Na terça (15), o humorista publicou em seu perfil a foto do cartaz de uma possível continuação do longa, chamada “Como se tornar o pior aluno da faculdade”. No pôster, está escrito que a produção é “dos mesmos criadores do filme mais odiado do Brasil” e que o filme estará em breve “em algum cinema ou plataforma que tenha coragem de exibir”.