Nos acréscimos de um primeiro tempo sem grandes emoções no Estádio Monumental de Guayaquil, no Equador, a bola encontrou os habilidosos pés de Gabriel Barbosa. Era o detalhe que faltava para o gol que garantiu ao Flamengo o tricampeonato da Copa Libertadores da América, em uma campanha quase impecável, com doze vitórias e um empate. Mais uma vez, Gabigol foi o herói na conquista de tão almejado título — já havia marcado, em 2019, os dois gols contra o River Plate que decidiram a final em Lima, no Peru, fazendo jus ao apelido.
A temporada de 2023 lhe reserva, logo na largada, mais uma conquista: ele vai herdar a camisa 10 depois da saída de Diego Ribas, a mesma usada com toda a maestria por Zico. Conta, inclusive, com todo o apoio e admiração do ídolo: “O que ele vem fazendo dentro do campo é cada vez mais honrar o manto sagrado, se dedicando com raça e luta”, elogiou Zico. “É uma honra grande demais representar a Nação e vestir agora a camisa do nosso Rei”, devolve o jogador.
Dias antes do tri, Gabigol fez o que sabe melhor: incendiou a torcida ao marcar o pênalti contra o Corinthians que ajudou a levar para casa o troféu da Copa do Brasil, em uma das temporadas mais vitoriosas do clube. “Foi um ano intenso de conquistas, mas ser campeão no Maracanã é sempre especial”, declara. Com isso, o maior artilheiro do Flamengo no século XXI segue quebrando recordes e crava seu nome no mais elevado panteão dos craques do time.
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Revelado pelo Santos, o atacante de 26 anos, nascido em uma comunidade pobre de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, teve passagens um tanto apagadas pelo futebol europeu até ser emprestado ao Flamengo, com o qual assinou em definitivo em 2020 por 18 milhões de euros — uma das aquisições mais caras da história do futebol brasileiro. O próximo desafio é voltar a disputar o Mundial de Clubes em 2023, em que o principal adversário será o Real Madrid, e abocanhar o único título que não tem pela equipe rubro-negra. “Vamos brigar por essa taça”, promete. A torcida agradece e aplaude.