Estrelado por Gabriel Leone, o filme Eduardo e Mônica finalmente tem data de estreia: 6 de janeiro. O ator fez testes para viver o protagonista em 2015, filmou em 2018, assistiu ao longa no Festival de Miami dias antes do lockdown, em 2020, e só agora verá seu lançamento. “Foi uma saga”, lembra Leone, 28 anos, que diz se identificar tanto com a Mônica quanto com o Eduardo. “Às vezes sou nerd, às vezes relax. Focado e, ao mesmo tempo, preguiçoso”, confessa um dos nomes mais disputados da nova geração.
No ar com a novela Um Lugar ao Sol, ele filma desde agosto a segunda temporada de Dom, da Amazon Prime, já começou as preparações para o irmão de dom Pedro na série de Luiz Fernando Carvalho para a TV Cultura, e, ufa, ainda tem mais quatro longas para estrear. Em um papo com VEJA RIO, ele falou mais sobre os desafios:
Você finalmente vai estrear Eduardo e Mônica nos cinemas. Como foi fazer este filme há tanto tempo e agora estrear? Uma grande amiga sempre me diz que o personagem escolhe o ator, e assim foi com o Eduardo. Foi uma saga desde o teste em 2015, passando pelas filmagens em 2018 e, enfim, o lançamento que virá em 2022. Muita água rolou, foram muitas histórias. Até o final de outubro, quando fui ver Marighella – e recomendo demais –, o último filme que eu tinha visto no cinema foi o lançamento de Eduardo e Mônica no Festival de Miami, dias antes do lockdown. Foi simbólico.
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Você é mais relax e “preguiçoso” como o Eduardo ou mais nerd e focado como a Mônica? Às vezes sou nerd, às vezes relax. Focado e, ao mesmo tempo, preguiçoso. Para mim, essa é, inclusive, a beleza dos personagens retratados pelo Renato Russo. Eles são facilmente identificáveis em suas características e complexidades, são muito humanos. Enquanto fã de Legião Urbana, sinto que encontramos a essência da música, do amor, acima de qualquer tabu, tão ordinário e, por isso, tão familiar a quem já ouviu a música. Tenho muito orgulho do filme e estou feliz que vamos botá-lo no mundo.
Você já está filmando a segunda temporada de Dom? Estamos filmando desde agosto. Inicialmente estivemos em algumas locações no Uruguai, principalmente por conta dos protocolos de Covid-19. AS filmagens vão até janeiro com locações em alguns estados do Brasil.
Dom foi o personagem mais desafiador da sua carreira? Sem dúvida, ele foi o personagem mais intenso até hoje. O Dom tem uma energia muito distante da minha e dos outros personagens que já fiz. Além disso, tivemos cenas muito fortes do ponto de vista físico, emocional e psicológico. Foi o processo mais livre cenicamente que já vivi. Construí o personagem no dia a dia, muito por conta do privilégio que tivemos de filmar quase tudo em ordem cronológica. Meu encontro artístico com Breno Silveira também foi espetacular. Fiquei muito feliz de ver a repercussão da série nos mais diversos tipos de público e, mais ainda, com o retorno a partir dos temas sociais e familiares nos quais a série toca. Estou muito empolgado de seguir contando essa história.
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Você está no elenco da nova série do diretor Luiz Fernando Carvalho, na TV Cultura, sobre o período da Independência do Brasil? Meu personagem na série é Dom Miguel, conhecido como “o absolutista”, filho de Carlota e irmão de Dom Pedro I. Ele é um tradicionalista, um pré-nazista, como Luiz Fernando o chama. Está sendo forte, por vezes doloroso, mas necessário e renovador. Desde o fim de Velho Chico, eu e Luiz Fernando, por admiração, afinidades e pelo impacto das experiências que vivemos ao longo da novela, solidificamos uma amizade forte e o desejo de retomar a parceria em um projeto.
Como está se preparando para o personagem? Foi uma emoção indescritível voltar ao tablado do Galpão do Luiz Fernando, onde ensaiamos. A série quer contar o recorte histórico de um período que ficou muito conhecido como quiseram que conhecêssemos, mas de uma maneira pouco conhecida, ou seja, como realmente ocorreu. A série tem um olhar crítico sobre a branquitude e sobre a história violenta, silenciada, apagada e com consequências enraizadas e presentes em nossa sociedade até hoje. Muito mais do que trabalhando, estamos vivendo uma experiência antropológica transformadora, especialmente pela oportunidade de conviver, ouvir e aprender com vozes, lideranças, especialistas, forças que foram e são silenciados, discriminados e excluídos.
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Tem mais algum projeto para 2022 que já possamos contar? Sempre, mas ainda não estão confirmados. Para 2022, há expectativa de lançamento da segunda temporada de Dom e de alguns filmes. Além de Eduardo e Mônica, fiz também Cidade ilhada, de Sérgio Machado; Alemão 2, de José Eduardo Belmonte; Meu Álbum de Amores, de Rafael Gomes; e Duetto, de Vicente Amorim.
Por que você costuma trabalhar com contratos por obra certa? Sempre gostei de escolher os passos que iria dar na minha carreira. E hoje em dia, existem mais possibilidades de projetos diversos, principalmente com a chegada dos serviços de streaming, um momento que é bem diferente de quando comecei no audiovisual. Estou focado também em desenvolver projetos nos quais acredito, com personagens que tenho vontade de viver.
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