Protocolado há quase 27 anos, finalmente chegou ao fim o processo no qual os herdeiros de Vinicius de Moraes pedem indenização por danos morais e materiais causados ao poeta durante o regime militar. A União se comprometeu, em acordo feito na 28ª Vara Federal, no Rio, a indenizá-los em 3,4 milhões de reais, por conta da aposentadoria compulsória a que o então diplomata foi submetido depois que o AI-5 (Ato Institucional Nº 5) foi decretado pela ditadura militar, em 1968.
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A ação foi movida sob a justificativa de que o afastamento de Moraes do Itamaraty — onde ele trabalhava desde 1943 — foi fruto de uma perseguição política. De acordo com o relatório da Comissão Nacional da Verdade, a Comissão de Investigação Sumária, criada em 1969, forçou a aposentadoria de Vinicius por motivo de “embriaguez”.
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Em seu livro “Chega de saudade – A história e as histórias da bossa nova” (1990), Ruy Castro dá outra versão para a demissão do compositor. Na obra, ela é relatada da seguinte maneira: “Assunto: Vinicius de Moraes. Demita-se esse vagabundo. Ass: Arthur da Costa e Silva. Com esse grosseiro memorando ao chanceler Magalhães Pinto, o marechal-presidente decretou a saída do poeta do corpo diplomático em fins de 1968. Vinicius recebeu a noticia em alto-mar, a bordo da banheira de sua cabine no navio Eugenio C. Chorou convulsivamente porque adorava o Itamaraty.”
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Vinicius morreu em julho de 1980, de edema pulmonar. Ele teve cinco filhos: Georgiana, Pedro, Maria, Luciana e Suzana, as duas últimas já falecidas.
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