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Cariocas criam projeto que distribui refeições à população de rua

Thiago Nasser e Bruno Negrão puseram os refugiados, que estão desde março sem as feiras presenciais, para preparar a comida do Junta Solidária

Por Bruna Motta
Atualizado em 15 jan 2021, 10h10 - Publicado em 15 jan 2021, 06h00
A imagem mostra dois homens que estão à frente de um projeto solidário
Thiago Nasser e Bruno Negrão: eles criaram o Junta Solidária, que distribui refeições feitas por refugiados à população que vive na rua (Léo Lemos/Veja Rio)
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Acostumados a colocar de pé, toda semana, a feira de pequenos produtores Junta Local, Thiago Nasser e Bruno Negrão se viram diante de um tremendo desafio com a chegada do novo coronavírus e todas as restrições sanitárias impostas por sua existência. “Não existe feira sem asfalto, sem conversa, sem contato”, diz Thiago. Mas não paralisou. Como tantos outros, ele e Bruno encontraram a solução para a sobrevivência na internet, onde fortaleceram as vendas on-line.

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O mercadinho está todo lá, no ambiente virtual. Ainda assim, não foi suficiente para uma parcela dos feirantes da Junta, que começou a passar por dificuldades sem aquela renda mensal — e o projeto Chega Junto, voltado justamente para esses refugiados que preparam quitutes típicos de seus países, entrou em ação. “Não podíamos ficar três anos trabalhando em uma iniciativa de acolhimento e deixarmos eles de lado agora. Impossível”, fala Thiago. Em parceria com o projeto Cozinhas Solidárias, da ONG Gastromotiva, que os apoia com insumos e recursos, nasceu assim a Junta Solidária, unindo as duas pontas — quem precisa trabalhar e quem precisa comer.

“Não podíamos ficar três anos trabalhando em uma iniciativa de acolhimento aos refugiados e deixarmos eles de lado agora”

Os refugiados, que estão desde março sem as feiras presenciais, ao ar livre, recebem um valor diário para preparar refeições que são oferecidas a pessoas em situação de rua e a moradores de favelas — como se sabe, a pandemia acentuou ainda mais a crise alimentar no mundo todo, e no Rio não foi diferente. “Neste momento é mais do que necessário pensar na comida como forma de solidariedade. As dificuldades afetam principalmente os mais vulneráveis. Por isso resolvemos nos unir e agir”, acrescenta Thiago.

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Desde junho passado, quanto teve início o projeto, quase 10 000 quentinhas já foram distribuídas por toda a cidade. Além das doações de alimentos feitas por outros participantes da Junta, que começou em 2014 reunindo vinte expositores e hoje conta com cerca de 150 inscritos, o projeto arrecada verbas pela própria plataforma digital. A quentinha simbólica, oferecida junto a verduras e legumes orgânicos, pães de fermentação natural e bebidas como kombuchas, leites vegetais e cervejas artesanais, é vendida a módicos 8 reais. Mais uma atitude louvável que brotou em meio aos obstáculos.

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