Um dos novos esportes nacionais em tempos de pandemia e isolamento, a análise da estante de celebridades e jornalistas em transmissões feitas na intimidade do lar ganhou novo capitulo com o show de aniversário de Caetano Veloso, nesta sexta (7). As redes sociais entraram em êxtase com os livros, as obras de arte, as referências musicais e as fotos de família que apareceram na sala de sua casa, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, cenário da live em que o baiano se apresentou ao lado dos filhos, Moreno, Zeca e Tom. VEJA RIO selecionou objetos na imponente estante de Caetano:
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Ofá de Oxóssi: Caetano se posicionou entre duas obras de arte: a arma sagrada de Oxóssi, seu orixá, e uma bandeira do Brasil sem o lema Ordem e Progresso – leia mais detalhes sobre ela abaixo. O ofá (arco e flecha) foi um presente do artista plástico Alberto Pitta, fundador do bloco Cortejo Afro, como informou a página Tropicália Viva, no Instagram.
New Brazilian Flag: Acima, à esquerda de Caetano. A bandeira sem o círculo contendo o céu, as estrelas e a faixa com a frase positivista foi criada pelo artista plástico carioca Raul Mourão. Em 2019, a obra original, de 2,30m por 3m, foi estendida numa feira cultural, no Circo Voador, durante o feriado da Proclamação da República.
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Mario de Janeiro Testino: Caetano assina um dos textos do livro lançado em 2009 pelo fotógrafo peruano Mario Testino, no qual ele retrata sua cidade-fetiche tendo como modelos nomes como Cauã Reymond, Rodrigo Santoro e Gisele Bündchen. “Mario não apenas tem o Rio incorporado no seu próprio nome, ele tem as paisagens urbanas cariocas e a amizade de seus habitantes incrustadas em sua alma”, escreveu Caetano na edição luxuosa da editora Taschen.
Bíblia Sagrada – De família católica, Caetano exibiu uma Bíblia ao lado da imagem de Santo Antônio. “Quem não rezou a novena de Dona Canô?”, pergunta o cantor em “Reconvexo”.
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A Conspiração de Gilberto Gil – Caixa com o registro visual de parte da obra de Gilberto Gil, lançada em 2011 e dirigida por dois cineastas: Andrucha Waddington e Lula Buarque de Hollanda, sócios na Conspiração Filmes. Caetano faz uma participação especial, assim como Stevie Wonder e Carlinhos Brown, entre outros.
Pina: Homenagem de Wim Wenders a Pina Bausch (1940-2009). Caetano e a coreógrafa alemã eram bons amigos, sentiam uma admiração mútua e não escondiam isso de ninguém.
O Alquimista: Também cabem best-sellers na democrática estante de Caetano. Lançado por Paulo Coelho em 1988, Livro brasileiro mais traduzido do mundo, O Alquimista teve mais de 150 milhões de cópias postas no mercado, em 70 línguas. Uma delas estava na prateleira de destaque de sua sala.
Tom Jobim: Produzido por Jairo Severiano, o kit com dois LPs e um livro foi distribuído com exclusividade para os clientes da Companhia Brasileira de Projetos e Obras como brinde de Natal, bancado pela Odebrecht, no ano de 1987. O disco virou uma raridade até 1995, ano seguinte à sua morte, quando foi comercializado com o título de Tom Jobim Inédito. O original é uma raridade até hoje, e em leilões seu preço pode bater a casa dos mil reais.
An Invincible Memory: Caetano optou por ter em sua estante a versão em inglês de Viva o Povo Brasileiro, clássico de João Ubaldo Ribeiro que traça um panorama da construção da identidade brasileira.
Memórias Imorais: Uma autobiografia: Escrito dois anos antes de sua morte pelo diretor Serguei Eisenstein (de O Encouraçado Potemkin), o livro narra a sua vida desde a Revolução Russa, quando serviu no exército bolchevique como voluntário, e mostra a diversidade de interesses do autor, também um talentoso desenhista. Caetano optou pela versão de 1987 da Companhia das Letras.