Morreu nesta quinta (3), no Rio, Anamaria Teixeira de Carvalho, conhecida como a Mulher de Branco de Ipanema, aos 75 anos. A causa não foi divulgada. Musa da bossa nova, anos mais tarde ela ficou conhecida por ser vista perambulando pelas ruas do bairro, embora tivesse sua casa.
Filha do radialista e jornalista Luís de Carvalho, ela nasceu em 15 de setembro de 1947 e começou a cantar na adolescência, tendo enveredado pela bossa nova quando o movimento surgiu. Foi casada com o cantor e compositor Marcos Valle, entre 1965 a 1969, quando eles viveram em Los Angeles, Califórnia, ambos integrando o grupo Brasil 65, de Sergio Mendes.
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Anamaria também participou da gravação do álbum Samba ’68, de Marcos Valle, que tem uma faixa dedicada a ela: Crickets Sing For Anamaria. Após a separação, ela seguiu cantando, tendo lançado o compacto Arembip I (1974), sob o nome artístico de Orianamaria, com três músicas: Rebuliço, Suco de Tomate Frio e Movimento no Ar.
Marcos Valle se manifestou em suas redes sociais sobre a morte da ex-esposa, contando que o irmão de Ana Maria, Luiz Carlos, havia confirmado o ocorrido. “Anamaria e eu fomos casados por 4 anos, ainda muito jovens. Nós nos casamos quando eu tinha 21 e ela 19 anos. Ela era uma mulher/menina de personalidade forte, alegre, muito justa e amorosa. Fomos felizes durante esse tempo, tanto no Brasil, quanto viajando pelo mundo”, escreveu ele, na legenda de uma foto dos dois na época.
Anamaria parecia ser paciente psiquiátrica, mas não se sabia oficialmente qual sua condição. Para o diretor Chico Canindé, que realizou o documentário Anamaria — A Mulher de Branco de Ipanema (2011), seria uma mistura de psicose, excesso de LSD e “um amor malresolvido”.
O fato é que era frequentemente vista pelas ruas de Ipanema, toda de branco. Em entrevista ao G1 em 2013, disse que passou a usar a cor após a morte de sua avó, porque o branco seria o luto japonês. A partir de 2013, trocou pelo azul. Anamaria contou que a mudança se devia aos versos do sucesso de Wilson Simonal: “Vesti azul, minha sorte, então, mudou”. “O azul é a cor da nobreza celestial”, disse ela.
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Falava inglês, francês e italiano. Morou por muitos anos num casarão na Rua Joana Angélica, número 207, e depois se mudou para um apartamento na Rua Alberto de Campos, no prédio da série Detetives do Prédio Azul. Anamaria dizia ter três filhos biológicos e um adotivo.
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