O sambista Nelson Sargento, morto nesta quinta (27), aos 96 anos, de Covid-19, era um workaholic. Apesar da idade avançada e da mobilidade comprometida – ele precisava do auxílio de uma cadeira de rodas há mais de seis anos – o baluarte da Mangueira mantinha-se ativo e planejava lançar um disco e um livro e queria montar uma exposição das pinturas naïf que produzia.
As informações foram confirmadas ao jornal O Globo por Agenor de Oliveira, produtor musical e amigo de longa data do sambista.
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
Nelson Sargento gostava de gravar as canções que compunha em fitas-cassetes e deixou uma pilha delas. Cinco faixas inéditas chegaram a ser gravadas com a direção musical de Paulão 7 Cordas e fariam parte do disco 9.7, que comemoraria o aniversário do compositor de Agoniza Mas Não Morre e tantas outras pérolas da música brasileira.
A ideia é que as músicas deixadas por Sargento sejam gravadas por bambas do samba, quando a pandemia arrefecer. Nelson Sargento morreu com saudade dos palcos, mas seu legado será louvado e seu nome entra para o panteão da MPB.