Em novo livro de crônicas, Marcelo Moutinho faz passeio afetivo pelo Rio

Do Mercadão de Madureira à Esquina do Gabiru, o escritor aponta lugares da cidade que aparecem na sua vida e na sua obra

Por Marcela Capobianco
23 jan 2025, 13h56
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Marcelo Moutinho: um observador das ruas do Rio (./Divulgação)
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Um curioso flâneur construindo uma etnografia original de seu tempo. É dessa forma que o escritor carioca Marcelo Moutinho se apresenta no livro de crônicas O Último Dia da Infância (editora Malê), que será lançado no próximo sábado (25), a partir das 14h, no Alfa Bar e Cultura, no Centro do Rio.

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“Neste livro, caminhamos da morte para a vida, como sinalizam os textos que abrem e fecham a leitura. As crônicas vão da clausura da pandemia à fruição afetiva da rua, da experiência forjada na memória ao tempo de hoje, em suas dores e delícias, seu prazer e suas agruras”, aponta Moutinho, que percorre as reminiscências das múltiplas geografias cariocas, da Zona Sul à Zona Norte, mas também se aventura por outras paisagens a fim de descobrir o que elas revelam.

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A pedido de VEJA Rio, o escritor elencou ruas, espaços e prédios do Rio de Janeiro que aparecem em suas novas crônicas, costurando um mapa afetivo da cidade. Leia abaixo:

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Mercadão de Madureira. Referência suburbana do Rio, o Mercadão fica na Avenida Ministro Edgard Romero e reúne uma barafunda de lojas, que oferecem de brinquedos a artigos para festa, além de toda sorte de artefatos para o povo dos terreiros. Parada obrigatória na visita ao bairro da Zona Norte.

Bar Brasil, na Lapa. Serve simplesmente o melhor chope da cidade. Em uma Lapa que hoje vive muito da antiga fama, é porto seguro para quem busca comida honesta e serviço à moda clássica. Um lugar onde ainda se pode conversar, com calma, enquanto vêm e vão as tulipas.

Avenida São Sebastião, na Urca. Um dos mais antigos logradouros do Rio, que une histórias de ontem e de hoje. Ali morou a grande estrela Carmen Miranda e atualmente está o estúdio de Roberto Carlos. Antes do começo da ladeira, na esquina com a Avenida João Luiz Alves, funcionaram o Cassino da Urca e a TV Tupi.

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Livraria Folha Seca, no Centro. Mais que uma livraria, é um ponto de encontro de escritores, jornalistas, desenhistas, historiadores e uma turba de malucos apaixonados pelo Rio de Janeiro e sua cultura. A especialidade são os livros sobre música, futebol e, claro, a própria cidade de São Sebastião.

Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz. No coração de Oswaldo Cruz, a praça leva o nome de um dos fundadores da tradicional escola azul e branca e sedia mensalmente a Feira das Yabás. É o destino final, também, do Trem do Samba, evento fundamental que acontece no mês de dezembro,

Bar do Sérgio, no Morro da Conceição. Como se não bastasse ficar em uma via com nome tão bonito – a Rua do Jogo da Bola -, é um boteco que mantém traços imemoriais, como os azulejos em azul e branco, as mesas de fórmica e mercadorias nas prateleiras que vão até o teto. Às seis da tarde, é possível ouvir a Ave Maria que vem do alto-falante da igreja vizinha.

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Galeria do Edifício Marquês de Herval, no Centro. Ao descermos a rampa circular revestida de pedras portuguesas, como uma continuidade da calçada da Avenida Rio Branco, entramos no refúgio onde estão as livrarias Leonardo da Vinci e Berinjela. Ali onde Carlos Drummond de Andrade costumava passar, para comprar livros ou simplesmente encontrar as amigos.

Quadra do Império Serrano, em Madureira. Fica colada à antiga estação de Magno (hoje, estação Mercadão de Madureira). Lá está a imensa imagem de São Jorge, para a qual Wilson das Neves batia cabeça ao chegar. Há também um lindo painel com grandes mulheres da história da escola, entre elas Dona Ivone Lara e Tia Maria do Jongo, que vale a visita.

Esquina do Gabiru, em Botafogo. Uma turma boêmia e gaiata de Botafogo rebatizou esse bar e restaurante de Bangu 1, em razão das grades que o rodeiam. Lugar de comida barata e cerveja sempre gelada, é um típico boteco de bairro, daqueles que a gente frequenta de bermuda e chinelo.

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Bar Varnhagen, na Tijuca. As pataniscas de bacalhau são o destaque do bar, fundado em 1944 e conhecido por reunir criadores de passarinhos. Não à toa, há ganchos nas paredes para que eles possam pendurar as gaiolas. O cardápio é escrito a giz, em um quadro negro, e a sensação é de que, ao sentar ali, o tempo passa a correr mais lentamente.

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