Publicações em tom de deboche sobre a torcida do São Paulo, feitos pela chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothé, viraram alvo de críticas nas redes sociais. “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior tudo de pauliste”, escreveu Decothé em postagem no Instagram, durante a partida do time contra o Flamengo no último domingo (24), na final da Copa do Brasil. Em decorrência do post, a servidora deverá ser investigada pela pasta.
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A assessora especial de comunicação estratégica, Luna Costa, também publicou na internet uma imagem em que a chefe segura uma camisa do Flamengo no estádio. “Marcelle brincando com o perigo abrindo a camisa do Flamengo no meio da torcida do São Paulo”, diz.
O post de Decothé foi uma surpresa negativa para o presidente do clube, Julio Casares, que se pronunciou contra a atitude no Instagram. “Em pouco mais de dois anos e meio de gestão, tivemos sempre uma preocupação com a igualdade. Nosso lema é, e sempre será, de que o São Paulo Futebol Clube é de todos, sem haver discriminação de raça, gênero, social ou de qualquer forma”, ressaltou o representante.
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Em discordância com as mensagens, parlamentares da oposição decidiram protocolar uma notícia-crime junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). Segundo o deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), um “crime de discriminação racial” teria sido cometido, uma vez que a postagem se refere aos são-paulinos como “torcida branca”.
“A assessora da Ministra da Igualdade Racial Aniele Franco veio para São Paulo no último domingo de jatinho da FAB e usou suas redes sociais para divulgar comentários racistas e xenofóbicos contra a torcida do São Paulo”, disse Bilynskyj. Além do deputado, os vereadores de São Paulo Paulo Rubinho Nunes e Fernando Holiday também denunciaram o caso à Justiça.
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Após a repercussão negativa das publicações, o Ministério da Igualdade Racial afirmou, em nota, que tomou conhecimento sobre os posts das assessoras em suas redes sociais privadas. E mesmo que as postagens tenham sido feitas de forma informal, segundo a pasta, ” o caso será submetido às instâncias internas de investigação para apuração da conduta das servidoras”. A ministra também ligou para o presidente do São Paulo, Julio Casares, para pedir desculpas.
Nas redes sociais, Anielle Franco também se defendeu das acusações sobre ter usado o jato da FAB para ir ao evento de forma “inadequada” . “É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever. Vemos que as noções estão invertidas quando avançamos em um acordo histórico de enfrentamento ao racismo e somos criticados por isso”, escreveu no X, antigo Twitter.