Como árvore de raízes portelenses profundas, logo antes de subir no Berço do Mundo, o carro abre-alas da Portela, Tia Surica afirmou: “O baobá não é eterno? Então eu também vou ser”. Aos 81 anos, a cantora, sambista e pastora da Velha Guarda da Azul e Branco disse que não consegue descrever a emoção de estar de volta ao palco principal do Carnaval após o difícil período da pandemia, que atravessou em casa com a família, mantendo a saúde.
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“Meu coração estava dilacerado. Você pode imaginar 77 anos desfilando e ficar de repente sem Carnaval?”, perguntou, lembrando que saiu na Portela pela primeira vez aos quatro anos de idade.
Seguindo o enredo Igi Osè Baobá, na simbologia da árvores gigantescas que representam a ancestralidade, a escola de Oswaldo Cruz tem como homenageado principal o baluarte Monarco, um dos maiores compositores e cantores da história da agremiação, falecido em dezembro de 2021 e parceiro de samba e escola de Surica por mais de meio século.
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“A Portela está de parabéns em homenageá-lo porque Monarco é a própria Portela. O que ele fez é para sempre”, afirmou Tia Surica, reverenciada por integrantes da escola como a cantora Roberta Sá.
Toda de azul para sair na frente da escola como ‘baobá musical’, Roberta tietou Surica, se dizendo emocionada, e falou sobre a afirmação da cultura negra no Carnaval de 2022.
“A gente como gente branca tem que sentar, ouvir e aprender sobre a nossa parte no racismo estrutural, que mata tanta gente no país. Que bom que esses assuntos estão sendo tratados nesse carnaval”.
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